Desacostumados, depois de tantos anos em que o diálogo político não fluía com tanta facilidade, envolvendo os governos municipal, estadual e federal, os paranaenses estão se surpreendendo com a atualidade.
Afastados os dias tumultuados em que a falta de parcerias de nossos homens públicos, mais preocupados com seus interesses partidários do que pela vigilância e busca aos assuntos de real motivação para os paranaenses, passamos a viver um novo tempo em nosso estado sem que muita gente tenha se dado conta.
Sem falar em outras tantas provas desse novo tempo que estamos vivendo no Paraná, a partir de 2011, basta citarmos a questão do metrô curitibano, obra em fase de planejamento e liberação de recursos que vem tendo, graças ao diálogo facilitado de prefeito, governador, ministros e Presidência da República, um encaminhamento que surpreende até mesmo os mais ferrenhos adversários políticos, todos voltados, pela primeira vez em muito tempo, para uma causa comum.
Fica evidente, também, que graças ao afastamento do dia a dia daquele que nos últimos 30 anos vinha se constituindo no principal fator desagregador politicamente dos interesses comuns paranaenses, a situação mudou da água para o vinho como se diz popularmente.
Afastadas as influências geradas por um instrumento do contra em que se transformou o homem público chamado Roberto Requião, aí estão servindo de exemplo para a classe política em geral os diálogos abertos que são promovidos hoje entre Luciano Ducci e Beto Richa com Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e Dilma Rousseff, mostrando resultados que visam, realmente, atender os reclamos populares, a começar pelo metrô curitibano que está prestes a ter sua grande arrancada a partir da visita da presidenta da República dia 30 do corrente, quando anunciará o montante da liberação de recursos federais que serão juntados aos recursos estadual e municipal para tornar uma obra que não visa somente a Copa do Mundo de 2014, mas mira no futuro moderno e confortável em termos de transporte coletivo para uma grande coletividade.
Independente de seus interesses partidários em particular, já que tanto prefeito, governador, ministros e a presidente têm seus objetivos políticos de futuro, a verdade é que todos estão dando, nestes últimos tempos, um passo decisivo para parcerias ainda mais promissoras e que certamente colocarão o Paraná como exemplo para o país.
Diálogo
Nem mesmo Jaime Lerner com sua facilidade de acesso ao governo tucano ou collorido da época conseguiu tanta facilidade de diálogo como vem ocorrendo na atualidade, surpreendendo uns e, naturalmente, irritando aqueles que ainda vivem os resquícios de um tempo no qual estavam assentados exclusivamente os interesses requianistas de manter seu status perante o estado e o país.
Afastado do governo depois dos dois últimos mandatos, onde arrastou inclusive o vice Orlando Pessuti para uma situação de concordância que acabou por jogá-lo na vala comum dos políticos que perderam o bonde da história, Roberto Requião conseguiu, com as calças nas mãos, como se disse popularmente na última eleição, chegar ao Senado onde nestes últimos oito meses provou que está em sua derradeira fase política, e sem qualquer expressão.
Luciano Ducci, que assumiu a prefeitura de Curitiba mantendo o clima de diálogo que se exemplificou na imagem de Beto Richa, completa uma dupla que politicamente vai somando cada vez mais, a ponto de surpreender com um governo paranaense de coalizão que deixou isoladas forças que ficaram sem maior expressão pela insistência em se manter distante do diálogo.
Abrindo as portas do governo estadual e buscando em Brasília mostrar que o Paraná estava aberto ao diálogo, Beto Richa conquistou e pode, graças à simpatia e aos mesmos interesses para com o estado por parte de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, estender o tapete até a Presidência da República.
Diálogo estabelecido, deixando de lado a politicagem que até então dominavam as relações Paraná-Brasília, abriu-se um canal de acesso com via de mão dupla que vai, mesmo contrariando outras forças políticas estaduais e federais, atingindo plenamente os objetivos de todos os paranaenses.
O primeiro resultado prático, o metrô curitibano que já no início de outubro promete encaminhar projetos e detalhes para uma transformação imediata em obras, tende a ser o exemplo do rumo a ser seguido, valorizando todos os participantes desta parceria que transformou o tempo do tumulto e das intrigas políticas em fase de diálogo e do encontro de interesses de todos nós paranaenses.
Esta nova realidade que estamos vivendo no Paraná só não enxerga quem não quer ou tem como objetivo unicamente cuidar de seus próprios interesses e não de toda a coletividade.
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