Leonaldo Paranhos |
O relatório é um resumo dos quatro meses de trabalho da CPI, período em que foram percorridos quase 50 mil quilômetros e realizadas visitas a 32 hospitais em 14 cidades do Estado. Poucas comissões desse tipo se empenharam tanto como esta, proposta e presidida pelo deputado Leonaldo Paranhos (PSC) e cujo relator foi o deputado Marcelo Rangel (PPS). “Percorremos 50 mil quilômetros nestes seis meses de trabalho, contando com o apoio técnico de funcionários da Assembleia, dos Tribunais de Contas do Estado e da União, médicos e imprensa, que pela primeira vez teve a oportunidade de entrar, filmar e registrar em detalhes todas as diligências, onde os parlamentares estiveram”, explicou da tribuna Rangel.
Teria aproximadamente dez mil páginas o relatório se todos os documentos fossem impressos, e ainda assim incorpora mais de 60 horas de filmagens, cinco mil fotografias e mais de quatro mil documentos coletados, compondo um acervo digitalizado e armazenado em arquivo com aproximadamente 100 gigabytes. O documento integral traz um diagnóstico detalhado de cada hospital vistoriado, das cidades visitadas e respectivas regionais de saúde, apontando problemas – alguns extremamente graves - e possíveis soluções, segundo o deputado Rangel. Os deputados integrantes da CPI entregaram ao ministro Alexandre Padilha, que está em Curitiba, na Conferência Estadual de Saúde, uma cópia virtual de todo o relatório. “O ministro já tem conhecimento de parte do nosso trabalho, comunicado quando o visitamos em Brasília há algumas semanas, mas agora ele leva o documento definitivo para exigir providências e começar um novo caminho para a saúde a partir das constatações do Paraná”, frisou Rangel.
Problemas
Os integrantes da CPI analisaram ponto a ponto, cidade por cidade e regional de saúde por regional. “Vamos debater com os demais deputados o que conseguimos apurar, que se tornarão frutos importantes para decretar a melhoria da saúde do Paraná, servindo até de exemplo para todo o Brasil”, espera Rangel. Ele citou alguns casos como o das centrais de leitos, que precisam um sistema integrado “on line” com um software que permita que qualquer cidadão tenham conhecimento onde há vagas disponíveis e onde ele pode ter o melhor tratamento, "totalmente diferente do sistema arcaico que hoje prevalece". Rangel comentou também que há hospitais transbordando e superlotados de pacientes, enquanto outros "estão às moscas".
Depois de apresentado ao plenário, o relatório agora será encaminhado ao Ministério Público (estadual e federal), Tribunais de Contas (do Estado e da União) e ficará disponível (no formato digital) à imprensa e ao público em geral através de link na página oficial da Assembleia Legislativa. “Fizemos o máximo para entregar à população do Paraná e às autoridades competentes um vasto acervo sobre a saúde pública do nosso estado, notadamente a oferta de leitos do SUS e, ao mesmo tempo, apresentar um diagnóstico apurado dos problemas e soluções”, comenta o deputado Paranhos.
Aprovada em plenário no dia 3 de março, a CPI foi instalada no dia 13 de abril durante sessão itinerante da Assembleia na cidade de Cascavel. Oficialmente os trabalhos iniciaram no dia 27 de abril e encerrados no dia 8 de outubro, após um pedido de prorrogação provocado por uma situação de emergência em Maringá. O restante do prazo foi utilizado pelos deputados membros para revisão do relatório e preparação do resumo apresentado pelo relator. Fizeram parte da CPI além de Paranhos e Rangel, os deputados Nelson Luersen (PDT), Adelino Ribeiro Silva (PSL), Elton Welter (PT) e Cesar Silvestre Filho (PPS). (Roseli Valério)
Nenhum comentário:
Postar um comentário