Foi no tempo em que Roberto Requião (PMDB) era governador e Paulo Bernardo estava ministro do governo Lula. Em um daqueles rompantes, típicos do seu jeito de ser, o governador Requião disse para a plateia de áulicos que frequentava a Escolinha de Governo que Paulo Bernardo não passava de um chantagista que lhe exigiu para acertar um negócio com a empresa ferroviária América Latina Logística (ALL).
Foi uma verdadeira bomba, e Paulo Bernardo, enquanto prometia cobrar o pronunciamento, ouviu e leu o governador confirmar um superfaturamento de uns R$ 400 milhões em negócio com a ALL no qual o ministro teria as pretensões de se abraçar em uma parcela legal.
Com aquele jeito irônico e debochado o governador se animou com a repercussão e continuou repetindo a mentirosa história da qual não tinha qualquer prova. Paulo Bernardo, de mansinho, constituiu advogado e mandou Requião ir se explicar na Justiça.
Como já aconteceu outras vezes, e há pouco tempo pagando indenização para Cila Schulman, o ex-governador “sentou na boneca”, como dizem, vendo-se contra a parede e perdendo em todas as instâncias onde recorreu sem nada provar.
Quando sentiu que a coisa enfeiou, Requião, hoje em Brasília, resolveu procurar recursos sabendo que ajoelhou tem que rezar. Procurou amigos, tentou acordos e quando viu que o pepino estava assando, resolveu se coçar. Correu em busca de outros advogados além daqueles que anteriormente o defendiam. O recurso foi “pedir penico”, como dizem, para René Dotti, que poderia aliviar a barra junto a Paulo Bernardo, acabando com o processo criminal e também o processo cível.
Nem um e nem outro. O advogado Juliano Breda, que atuou em favor de Paulo Bernardo na área criminal, e Luiz Fernando Pereira, na área cível, não aceitaram acordo.
Mesmo com Requião aceitando pagar os R$ 100 mil da indenização por danos morais, vai ter que fazer uma retratação pública, “mijando pra trás”, como brincam com tal situação, e desdizendo tudo aquilo que arrotou em alto e bom som através da imprensa.
Claro que isso não resolve, pois o estrago da época já estava feito e ninguém vai consertar. Mas, sem dúvida, coloca Requião em seu devido lugar e vai atingi-lo no local onde mais dói uma condenação: no bolso.
Segundo a revista Época, que registrou a situação há alguns dias, Requião amarelou. E uma imagem como esta para Requião, convenhamos, é motivo mais do que suficiente para levá-lo a conhecida depressão que o leva para o abismo quando algum fato desagradável sai ao contrário do que imaginava.
Bem feito!

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