O mundo vem sendo abalado por uma sucessão de fatos e situações que colocam os chamados países de primeiro mundo no mesmo patamar de nações que saíram do subdesenvolvimento para a condição de emergentes.
Aquilo que vivemos na carne, apreendendo com um país inflacionado a exercer a máxima criatividade em busca de soluções para sobreviver, precisamos hoje ensinar a lideranças mundiais que, de repente, foram engolidas pelas próprias situações criadas quando os papéis e negócios chegaram a patamares insuportáveis para o exagero dos seus gastos.
E a economia mundial desabou.
Enquanto isso, países emergentes que foram superando seus obstáculos internos e externos construíram uma sólida base para hoje considerar uma verdadeira marola o tsunami que vem arrastando economias respeitáveis para um buraco sem tamanho.
Hoje, na realidade, salvam-se na Europa a Alemanha e a França, enquanto nações poderosas como a Itália, Espanha e a Grécia, acompanham o irmão pobre, Portugal, em uma descida rumo ao abismo que a cada dia atrai mais e mais aqueles que não cumprem as regras para sobrevivência.
Nesse ritmo, os Estados Unidos, desmascarado quando assumiu a administração Barack Obama que colocou os pés no chão, mostrando a decoração de uma economia que estava periclitante mas insistia em ser dona do mundo, abriu caminho para que a crise econômica alcançasse a Europa.
Já assistimos este filme e não faz muito tempo.
Passamos por crises e mais crises que chegaram, inclusive, a um impeachment presidencial, oportunidade em que parece ter sido dado o grito de alerta para uma virada de rumo.
De Itamar Franco a FHC, de Lula a Dilma Rousseff, anos de estrada que nos levaram a procurar na encruzilhada a economia mundial o melhor caminho, batendo de frente contra a inflação e fazendo o brasileiro exercer sua criatividade para criar suas próprias condições de sobrevivência.
Bem ao nosso lado a Argentina caía em um buraco e não adotava as mesmas providências brasileiras para salvar-se, preferindo ficar na fantasia de um país que já dominou a América do Sul economicamente mas que hoje está muito abaixo do que já foi no passado.
Mirando no exemplo do Chile cuja economia surpreendeu o mundo e mostrou que a América Latina tinha salvação, outros países do continente foram seguindo os exemplos econômicos e se arrumando, enfrentando uma realidade que até então parecia incapaz de atingir os chamados países do primeiro mundo.
Mas, de repente, começaram os atropelos e a corrida para o abismo econômico que hoje atinge vários países e arrasta para as ruas um povo que solta o grito de revolta contra uma economia que barbariza os pobres e tenta, a todo custo, manter a privilegiada posição dos ricos que insistem em manter o status quo que há muitos anos lhes permite esnobar o resto do mundo.
Quando Bill Gates, um dos homens mais ricos do mundo sugere ao Brasil dispensar um pouco mais de seus milhões de dólares para ajudar os países pobres, é sinal de que a economia do seu próprio país não tem mais as mesmas condições do passado, quando esbanjava recursos em guerras inúteis e projetos mirabolantes cujo objetivo único era manter uma imagem fantasiosa que não resistiu com o tempo à realidade que vivemos.
Países emergentes como o Brasil, China, Índia, entre outros, que sacrificaram suas populações durante anos até que chegassem a um caixa em condições financeiras de pagar suas contas, respiram um clima que causa inveja além de suas fronteiras e identifica um novo tipo de país que deve surgir em outros pontos do globo onde as populações começam a cobrar de seus governantes medidas mais igualitárias.
Diante desse quadro de situações preocupantes que se observa nos Estados Unidos, Espanha, Itália, Portugal e Grécia, principalmente, fica mais do que evidente de que todos nós já vimos este filme.
Oxalá o mundo, que ainda em boa parte vive a fantasia dos papéis fazendo das Bolsas a fantasia de uma dança que cria países desenvolvidos, mas cujas situações identificam condições miseráveis a serem superadas, acorde o quanto antes para a realidade para não contaminar com seus erros e prepotência as nações emergentes que vão ocupando os seus lugares no contexto mundial.
Sem qualquer autoridade para dar lições econômicas a quem quer que seja, mas lembrando um passado não muito distante que nos levou, a todos nós, os brasileiros de todas as classes, a uma luta contra a tirania econômica que ainda existe, mas já não dita normas de comportamento a nosso povo, fizemos a presente reflexão apenas para mostrar que aquilo que vem ocorrendo além de nossas fronteiras, lá pelos States ou na Europa, nós já vivemos e apreendemos a enfrentar com sacrifício e criatividade.
Claro que ainda não vivemos uma situação privilegiada capaz de dar lições a um mundo que sempre nos olhou com desprezo, minimizando a capacidade do brasileiro de se superar.
Não precisamos dar lições a quem quer que seja.
Mas, com humildade, podemos perfeitamente servir de exemplo para países cujos poderosos se imaginavam os donos da verdade no mundo.
No Brasil, na realidade, só precisamos investir um pouco mais na Educação e na Saúde, facilitando principalmente a vida dos mais humildes, para que alcancemos o verdadeiro patamar que hoje já nos coloca em uma situação bastante privilegiada diante dos donos do mundo.
Hoje, graças a Deus, já podemos, pelo menos, respirar mais aliviados diante de crises econômicas como estas que vem arrastando o mundo há alguns anos, e que exigem de outros povos sacrifícios e enfrentamentos que nunca imaginaram passar diante de um a desvalorização de suas economias que pareciam inabaláveis.
O filme que hoje passa nos Estados Unidos e na Europa, falando em crise econômica, nós já assistimos e nos serviu de lição para a caminhada rumo ao futuro. (Luiz Fernando Fedeger)
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