O presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Araújo (PSC), instituiu a censura de imagens para os jornalistas, corta declarações do site oficial e reclama que foi censurado na inauguração do Hospital Municipal de Guaratuba.
A censura de imagens da Câmara foi imposta na sessão de segunda-feira (31). Araújo chegou a interromper a leitura da ordem do dia para proibir este repórter de tirar fotografias durante a sessão. O vereador afirmou que só os jornalistas “cadastrados” poderiam fazer imagens.
Para não interromper os trabalhos, o repórter dirigiu-se a um funcionário e lembrou a ele que já havia feito o cadastro na semana anterior, sendo inclusive o único profissional que se submeteu a nova determinação de Araújo. Constrangido, o funcionário explicou que aquele cadastramento não vale mais. Para poder fazer a cobertura das sessões, os jornalistas devem preencher novo cadastro a cada semana, até pelo menos três horas antes do início da sessão, que começa às 20h.
A medida não atinge a todos. Na segunda-feira, familiar de um dos policiais militares homenageados pela Câmara tirou fotos à vontade, como sempre foi costume da Câmara Municipal de Guaratuba. O funcionário orientado a fazer cumprir a determinação do presidente chegou a abordar a cidadã para informar da proibição, mas foi desautorizado pelo assessor de Comunicação, que disse que ela poderia bater fotos livremente.
A proibição para os repórteres tirarem fotos sequer foi comunicada à imprensa. A fala de Araújo proibindo o Correio do Litoral de bater fotos inclusive foi cortada do resumo da sessão que é publicado no site da Câmara.
A censura de imagens para a imprensa se soma à proibição dos jornalistas pisarem no “cercadinho” dos vereadores, mesmo após as sessões. Paulo Araújo se nega a prestar qualquer informação ao Correio do Litoral.com. Ele exige que as informações sejam solicitadas por ofício para que ele possa analisar se irá responder ou não.
Araújo diz que foi “censurado”
Nenhum projeto foi votado na sessão de segunda-feira. O único acontecimento foi a homenagem prestada oficiais, sargentos e soldados da Polícia Militar. Alguns vereadores ocuparam o maior tempo da sessão para reclamar as pessoas em situação de rua, chamados de “mendigos” no texto da Câmara. A inauguração do Hospital Municipal de Guaratuba e a sinalização da barra da baía foi o outro assunto do dia.
Paulo Araújo encerrou os trabalhos reclamando que foi barrado no palanque montado durante a inauguração do hospital e que teve a palavra “censurada” durante a festa. O líder da prefeita Evani Justus na Câmara, Ilson Rhoden Fleck (PR), rebateu: “Presidente, nós subimos juntos no palanque e fomos barrados inicialmente pelo Cerimonial do Governo do Estado, que foi quem organizou a solenidade”, disse Fleck. A reclamação de Araújo consta do texto publicado no site oficial, mas a explicação de Fleck foi cortada. (Gustavo Aquino – Correio do Litoral)
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