Se alguém tinha, ainda, alguma dúvida de que o governo Dilma Rousseff não tem nada a ver com o governo Lula, chegou finalmente à conclusão definitiva.
Os dois governos são diferentes, e muito.
Esta nova imagem da Presidência da República, onde uns e outros pudessem imaginar estaria sentada uma figura política orquestrada por Luiz Inácio Lula da Silva, cujo poder político não se pode menosprezar, desmente quem esperou ver no Poder apenas um companheiro, como dizem no PT.
A partir do momento em que, no dia 7 de junho último, Antonio Palocci deixou de ser o ministro-chefe da Casa Civil, abriram-se novos horizontes.
Surpreendido por reportagens-denúncias que escracharam o homem forte que era Palocci, cujo enriquecimento considerado ilícito ao não conseguir justificar um aumento em vinte vezes do seu patrimônio entre 2006 e 2010, o primeiro ministro que caiu deixou no ar a mensagem de que Dilma Rousseff não iria perdoar quem quer que fosse.
Caiu no abismo das denúncias, desde que comprovadas, estende-se o tapete e o ministro ou ministra, seja lá quem for ou cargo outro que ocupe no primeiro escalão, desembarca.
Dilma Rousseff não admite qualquer comportamento suspeito, principalmente de corrupção, e o ministro Orlando Silva, o sexto a cair, sentiu nesta semana o peso da decisão presidencial.
Antes dele e depois de Palocci caíram também Alfredo Nascimento, dos Transportes, Wagner Rossi, da Agricultura e Pedro Novais, do Turismo, todos denunciados por atos de corrupção que envolviam seus ministérios.
Nelson Jobim também desembarcou do Ministério da Defesa, não por corrupção, mas por ser bocudo, como dizem popularmente.
Ficou claro, com a saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte, que o Brasil, realmente, está vivendo novos tempos.
Se o efeito dominó já causou estragos suficientes só o tempo poderá responder esta expectativa, de nada adiantando uns e outros buscarem nas costas largas da imprensa a desculpa para as decisões presidenciais que não se coadunam com este tipo de comportamento gerado pela corrupção.
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