Os primeiros quatro meses e meio de 2011 mantiveram o Centro Cívico não apenas como o ponto nervoso das decisões paranaenses nas áreas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mas no centro dos principais abalos por conta das revelações à opinião pública paranaense.
A expectativa do novo ano que já vinha se acentuando não somente pelas sobras de 2010, que principalmente na área do Poder Legislativo deixava rastros de sérias situações a serem enfrentadas, confirmou-se com os Poderes Executivo e Judiciário fazendo explodirem situações que abalaram seriamente o centro dos Três Poderes em nosso estado.
Desmascarando um cenário inaugural criado com o Palácio Iguaçu sem concluir suas reformas e passando por revelações que recepcionaram os novos deputados com escândalos que sobraram de anos anteriores e outros que foram sendo conhecidos desde os primeiros dias de 2011 na Assembleia Legislativa, sobrava o Poder Judiciário que parecia mais tranquilo embora internamente registrasse contrariedades entre ocupantes de postos principais desta área.
Quando tudo começou a explodir parecia um verdadeiro tsunami que tomava conta do Centro Cívico, sacudido por abalos que chegavam a conhecimento da imprensa em capítulos diários e que mal davam tempo de serem absorvidos, tantos eram os escândalos que deixavam antever claramente que tinha e tem linguiça embaixo de toda esta farofa, como diz sempre o Impacto PR.
Do saldo deixado por Orlando Pessuti (PMDB) como governador, que trouxe na bagagem sete anos e pouco de uma herança da qual participou e que não é nada respirável pelo cheiro de podridão que contém, misturou-se o mar de lama com uma briga interna no Poder Judiciário, envolvendo o clã do ex-presidente do TJ Celso Rotoli de Macedo com os Camargo, obrigando o atual comandante do Poder, Michel Kfouri Neto, a colocar o dedo na ferida permitindo que a mesma ao sangrar limpe de vez uma área que não pode ser atingida por tão degradantes revelações.
Completando o mau cheiro que foi se revelando à medida que o novo governo paranaense mostrava a realidade do que ocorreu nos últimos oito anos, o Poder Legislativo que havia sido alvo de campanha difamante em 2010 voltou a ser torpedeado e motivo de revelações que completaram a inundação de imundícies que tomaram conta do Centro Cívico neste início de 2011.
Hoje, com providências em todas as áreas, tentando estancar o tsunami que se abateu sobre a área geográfica onde estão os Três Poderes de nosso estado, o público se mantém estarrecido, pois demorou tanto para saber que os blocos de cimento armado da região abrigavam, além dos poderes de decisões, situações que denigrem nomes e situações que precisam ser agora colocadas todas em seus devidos paradeiros a fim de que de resgate a confiança total e se restabeleça de vez a harmonia entre os Poderes aos quais estamos sujeitos constitucionalmente.
Legislativo
A herança de 2010, quando guardiões da moral e dos bons costumes, assim travestidos a RPC e a Gazeta do Povo, com apoio da OAB, deixou um gosto amargo na goela dos paranaenses onde se misturaram nomes e situações que estavam acima de qualquer suspeita.
Embora sem o trânsito em julgado, gente foi colocada no pelourinho de acusações que pareciam absurdas, mas que se transformavam em verdade final nas reportagens que entusiasmavam aqueles que se acostumaram, durante meses e meses, a ouvir apenas um dos lados que identificavam deputados como verdadeiros bandidos, secundados por funcionários legislativos que pareciam tudo, menos competentes auxiliares de quem realmente tinha o poder da caneta nas mãos.
Com o Ministério Público via Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), usado para operações que se desenrolaram durante alguns meses de 2010, o cenário se tornou perfeito e constrangeu a própria população na hora do voto, situação que prejudicou muitos e salvou outros na hora de escolher os novos parlamentares.
Aqueles que conseguiram se salvar, contudo, ficaram praticamente carimbados como marginais, embora processos ainda estejam em andamento, em fase de defesa, em desenvolvimento e com julgamento final bastante distante para convencer de que tudo não foi atropelado convenientemente.
Para completar, a nova Mesa Executiva da Assembleia Legislativa chegou com mudanças significativas e outras que abusaram da mídia, colocando o presidente Valdir Rossoni (PSDB) no centro de um cenário onde o mesmo se instalou transformado em verdadeiro “Paladino da Justiça” pronto para salvar a Casa do Povo das mãos dos bandidos que ali estiveram e outros que ainda permaneciam e iam sendo gradativamente revelados sem qualquer direito à defesa antecipada como foram as acusações.
Esquecendo o próprio rabo, como dizem, Rossoni acabou se confundindo em diversas oportunidades e o mar de lama também o atingiu, tornando cômico o que alguns viram como trágico no seu comportamento de “dono” da verdade.
Detalhes a parte destes primeiros meses de 2011, que toda a imprensa já registrou, e certamente vai continuar registrando, vivemos hoje um tempo de preocupação quanto ao mar de lama que atingiu muitos e cuja limpeza jamais será concretizada quando muitas defesas estiverem concretizadas.
Fazendo o jogo de um esquema de mídia que mudou seu estilo, esquecendo as mazelas de um passado no qual se enterrou até a medula, Rossoni & Cia viraram alvo preferido de manchetes escandalosas, que não pouparam o próprio presidente do Legislativo a ponto de ridicularizá-lo.
Executivo
Beto Richa (PSDB) chegou ao Centro Cívico nos braços da esperança, assumindo com elegância em um cenário que parecia de cinema, bem ao gosto de Orlando Pessuti e a primeira-dama Regina Pessuti, deslumbrante em um vestido vermelho que fazia doer os olhos de quem os via na frente de um Palácio Iguaçu que aparentemente estava pronto, depois de muitos meses de reforma, para abrigar um novo governo.
Com elegância, Beto Richa, que deveria ter já no princípio mostrado aos paranaenses que a situação em que assumia o governo paranaense não era bem aquela que se oferecia aos olhos do público, guardou para o futuro a revelação de dados, alguns dos quais sua equipe de transição havia antecipado, mostrando a realidade do estado em que o Paraná estava sendo entregue para a nova administração.
Com tapinhas nas costas e sorrisos diplomáticos os dois governantes, o ex e o novo, se despediram e começava um novo tempo de administração.
Trazendo alguns nomes bastante estranhos para compor sua equipe administrativa, situação vista a princípio como de coalizão, quando hoje se identifica como de acomodação para dar folga em termos de oposição, Beto Richa preferiu ser bastante genérico em sua posse e nos primeiros meses em que levantou a verdadeira situação do estado.
Cem dias depois de assumir, contudo, deixando para atores coadjuvantes o papel de revelar toda a verdade, o novo governo paranaense jogou, por assim dizer, merda no ventilador, ao apontar números e situações que deixavam bem claros os prejuízos que precisavam ser recuperados diante de uma herança de oito anos que deveria ficaram bem explícita perante os olhos públicos.
Terminava, definitivamente, o tempo de cordialidade e sorrisos entre os políticos de ontem e de hoje, deixando claro de que nada seria como dantes e revelando que, tanto Roberto Requião (PMDB) quanto Orlando Pessuti, colocaram Beto Richa na sua mira futura para responder à altura.
Enquanto o novo governo paranaense chegou ao esgotamento dos argumentos até então usados para tentar justificar o mínimo que vinha sendo realizado, os paranaenses começaram a cobrar obras e realizações prometidas em campanha e que se confundem hoje com algumas presenças dos governos anteriores e que continuam comodamente ocupando posições que deveriam ser de aliados e passaram a pertencer a adversários debochados com a nova realidade.
Diante de um quadro em que o novo governo ainda mostra a realidade do que assumiu, com integrantes do passado mantendo a cara de pau na atualidade ao ocuparem postos neste novo governo, os paranaenses mantém a esperança de que as promessas de campanha que Beto Richa anunciou, e que ainda permanecem sem resgate, se transformem em realidade a partir dos próximos dois meses, limite que alguns ainda consideram razoável para justificar o quadro preocupante que já passamos a viver.
Por enquanto, a área do tsunami, com podridão a mais variada, ainda permanece em torno do Palácio das Araucárias e aguardando que na volta do Poder Executivo ao Palácio Iguaçu, que continua em reformas, possa o novo governo se sentir realmente instalado no Paraná.
Judiciário
Levantando situações que internamente identificaram nomes como dos desembargadores Rotoli de Macedo e Cleiton Camargo, entre outros, mais juízes como Marcel Rotoli de Macedo, Vanessa Camargo, e outros, a CPI das Falências agitou de vez a área do Centro Cívico hoje comandada pelo desembargador Miguel Kfouri Neto.
Liminar conquistada pela Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) paralisando os trabalhos da CPI das Falências aparentemente deu pequena folga numa situação explosiva que vinha a cada dia trazendo novas e bombásticas revelações.
À medida que a Assembleia Legislativa tenta levantar esta censura a seus trabalhos, entendendo que não pode haver interferência de outro Poder em sua atuação legislativa, mas respeitando decisão judicial, o público mantém expectativa do que ainda possa ser revelado já que toda a sujeira, que ambos os lados litigantes nesta causa das falências dizem ter ainda como munição, precisa vir à tona sem deixar a impressão de que colocaram panos quentes por cima de toda a situação evitando maiores prejuízos.
Impacto PR
Tanto quanto um verdadeiro tsunami que causa impacto quando se revelam todos os estragos causados, o mar de lama precisa ser limpo totalmente, não deixando que os escombros continuem simplesmente atrapalhando a vida dos paranaenses.
Tudo que ainda precisa ser conhecido deve ser revelado sem qualquer impedimento, evitando que se misturem imagens e se confundam situações conforme determinados interesses.
Os paranaenses continuam confiantes de que tanto o Poder Judiciário quanto o Legislativo, têm o maior interesse em verem resgatadas suas imagens manchadas por denúncias e revelações que causaram um verdadeiro abalo, sucedido por um tsunami que atingiu todo o Centro Cívico.
Inserido neste contexto geográfico o Poder Executivo também tem a sua responsabilidade nesta situação em que o mar de lama da região precisa ser removido com urgência, sendo importante, inclusive, que a população paranaense veja resgatada de uma vez a sua confiança nos Três Poderes que, de repente, se viram atingidos por um tsunami que manchou parte da história paranaense dos últimos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário