19 de mai. de 2011

Reviravolta na CPI dos Grampos agora confirma escutas clandestinas

Detector de grampos (Nani Gois - ALEP)


Depois de praticamente terem desistido de investigar mais alguma coisa, os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, promoveram uma acareação ontem (quarta-feira 18) que apontou para uma reviravolta. Por insistência do relator da CPI, deputado Mauro Moraes (PSDB), dois especialistas que tinham emitido pareceres diferentes foram ouvidos juntos a respeito dos equipamentos encontrados em salas da Mesa Executiva, no início de fevereiro desse ano. “Houve crime na Assembleia Legislativa do Paraná”, afirmou depois da oitiva o deputado Marcelo Rangel (PPS), presidente da Comissão de Inquérito. Na avaliação dele e do relator, a acareação foi o momento mais importante e revelador até agora.

Os dois peritos já haviam prestado depoimento a CPI que investiga a suposta instalação de escutas clandestinas, mas em reuniões diferentes da Comissão. Os deputados concordaram com o colega tucano em ouvir os especialistas, um da empresa Embrasil, que localizou e retirou os aparelhos na Assembleia, incluindo até a central telefônica, e o outro do Instituto de Criminalística, porque os laudos eram diferentes. O Instituto concluiu, através de exames laboratoriais, que os aparelhos não estavam aptos a realizar escutas ilegais. Já o laudo da Embrasil apontou o contrário, que os aparelhos eram grampos colocados em telefones da Assembleia, propositalmente. 

Na reunião com a CPI ontem, porém, o perito do Instituto de Criminalística, Rubens Faria, admitiu que os equipamentos podem ter sido danificados durante o transporte da Assembleia até o órgão e reconheceu que os aparelhos são ilegais. Quando os aparelhos foram retirados, o Instituto de Criminalista acompanhou, mas com a presença de um perito criminal e não com um técnico especializado na área de eletrônica. Se fosse um perito na área os testes nos equipamentos não precisariam ter sido feito em laboratório e não haveria diferença entre os dois laudos. 

O perito da empresa Embrasil, Antonio Carlos Valzer reafirmou o parecer técnico e disse aos deputados não haver dúvidas de que os equipamentos eram grampos. Para Mauro Moraes, a reunião foi fundamental por ter confirmou a existência dos grampos, o que havia sido praticamente descartado anteriormente pelo laudo do Instituto de Criminalística.  Novas informações repassadas pelos peritos vão ser incluídas nas investigações como o caso de os bloqueadores de celular, comprados em 2010 e encontrados na Assembleia, também poderem ser usados como transmissores. Foi relatado ainda à Comissão, a existência de microfones na sala da antiga administração, de dois cd´s e de um equipamento utilizado para destruir documentos. Marcelo Rangel vai enviar um requerimento ao Instituto para saber qual o paradeiro desses objetos. (Roseli Valério)

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