Imbróglio a três
O deputado Tadeu Veneri (PT) subiu nas tamancas ontem (23). Foi à tribuna para contestar noticia publicada por um blogueiro de Curitiba que já foi secretário de Estado da Comunicação e é funcionário (licenciado no momento) da Assembleia Legislativa, por causa novamente da declaração do deputado Reinhold Stephanes Junior (PMDB), do início do mês, em que acusou o petista de acumular o ressarcimento das verbas de gabinete e sacar até R$ 150 mil no último mês do ano ou nos últimos meses do ano. Na mesma semana Veneri procurou explicar o caso e, também pelos termos pesados usados, entrou com representação na Corregedoria da Assembleia contra o peemedebista. Veneri disse ao blogueiro para lhe procurar que mostrará todas as notas fiscais da prestação de contas, já que a acusação é relativa ao ano de 2006. “Quando ... vier a Assembleia, vencida sua licença, afinal ele não é aposentado, já que não retorna meus telefonemas, pode ver tudo e vamos conversar”. Disse o deputado. Acrescentou que em oito anos de mandato nunca viu o jornalista na Assembleia. “Não que ele seja um fantasma, mas deve ter um horário especial, nunca o vi no comitê de imprensa do plenário”, alfinetou Veneri, referindo-se ao fato de supostamente o blogueiro não cumprir expediente. “Esse não deveria ser assunto para falar da tribuna, queria estar falando de outras coisas importantes para o Paraná”, admitiu o petista, “mas eu não posso deixar passar mais uma vez porque é meu papel e meu dever prestar contas, não posso ficar calado”.
Sem pressa
Para Veneri, “quando se joga suspeita sobre um, joga sobre outros e outras situações”, por isso disse estar alertando os colegas. Quanto à questão com Stephanes Junior, que não mais havia abordado nem cobrado pressa da Corregedoria, ele desconversou. O petista apenas disse que encaminhou a representação “e está lá”.
Alfinetadas
“Se há dúvidas quanto as contas e ressarcimento, que ... prove o que tem escrito, que prove que as contas estão erradas, que não está sendo leviano”, arremeteu o petista. E ainda mais: “Mascarar informações, fabricar notícias, a quem interessa, a quem ele serve? Se tem alguém laranja não sou eu, se tem alguém que serve a quem regiamente lhe paga, não sou eu”, arrematou. Até o início da noite o blogueiro em questão não havia feito comentário sobre a reação de Veneri.
Em tempo
Depois da acusação de Stephanes Júnior, o petista da tribuna também havia se dirigido aos colegas. “Os senhores que são deputados há mais tempo, sabem que tínhamos 15 mil reais de verba ressarcimento, o que tornava praticamente impossível, a não ser que haja algum devaneio, que alguém acredite que alguém ficaria um ano sem fazer absolutamente nenhum gasto, para gastar no último mês”.
De novo
Nos comentários de ontem o blogueiro, porém, insistia. “Veneri fazia, sim saques excepcionalmente altos nos últimos meses do ano, como comprova uma busca em suas contas. As contas do ano eleitoral de 2006 são um exemplo”, postou.
Os saques
E o blog acrescentava: “No mês de junho, largada da campanha eleitoral, Tadeu Veneri sacou R$ 39.852,13 em ressarcimentos. Em novembro a retirada foi de R$ 53.510,23, em dezembro sacou R$ 45.040,03. Ou seja, em apenas três meses foram R$ 138.402,39. Muito próximo do valor denunciado por Stephanes”. O ano em questão é 2006 e o petista confirmou esses saques, que são legais.
Na berlinda
Eduardo Requião, ex-superintendente do Porto de Paranaguá, está para ser chamado a prestar depoimento à Polícia Federal nos próximos dias por conta de ser um dos investigados na Operação Dallas, realizada em janeiro deste ano, e que apura desvios de dinheiro no porto.
Suspeição
Ele é um dos suspeitos de envolvimento em um esquema que teria desviado cerca de nove milhões de reais na compra de uma draga, no ano passado. A Operação Dallas prendeu temporariamente dez pessoas, entre elas Daniel Lúcio, outro ex-superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina na época do governo Roberto Requião (PMDB).
Sem assunto
Continua problemática a situação da falta de projetos de lei para serem votados no plenário da Assembleia. Na pauta da sessão de ontem, os oito projetos votados eram concessões de utilidade pública para entidades filantrópicas ou de caráter social. Nesta terça-feira deve melhorar, com votação dos 6,5% de reajuste salarial para os servidores do Judiciário e também do Legislativo. O índice é o mesmo do Executivo.
Sempre a mídia
Na tribuna, além do conflito Veneri, Stephanes e o tal blogueiro, deputados falaram de passeata de evangélicos, outros também reclamaram da imprensa, por causa da cobertura à divergência (on line, mas negada) entre os integrantes da Mesa Executiva em torno dos servidores sem função da Assembleia e a “reforma agrária” nos gabinetes.
Impugnação depois
Explicado agora. A Comissão Especial que vai analisar as candidaturas para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, conforme o Regimento Interno da Assembleia Legislativa, tem três dias para se manifestar sobre os candidatos e os pedidos de impugnação, após a sabatina do último candidato inscrito, que deve ocorrer na quarta-feira (1º de junho). Não seria mais lógico analisar as impugnações antes? Dois dos 16 candidatos desistiram de concorrer.
A conferir
Os candidatos com pedidos de impugnação são Tarso Violin, o procurador-geral do Estado Ivan Bonilha, os deputados Augustinho Zucchi (PDT) e Nelson Garcia (PSDB) e Gabriel Guy Léger. Com tantos pedidos, pode ser que a Comissão não impugne ninguém para evitar futuras saias justas.
Como é
Começa nesta terça-feira a sabatina do primeiro grupo pela Comissão presidida pelo deputado Elio Rusch (DEM). Serão ouvidos reservadamente. A ordem de oitiva é definida por sorteio e cada um deles terá 10 minutos, prorrogáveis por mais cinco, para expor suas qualificações. Depois os deputados fazem eventuais questionamentos. Na sabatina aqueles que tiverem sofrido impugnação apresentam também suas defesas.
Depois, plenário
Na quarta (25), um novo grupo, que inclui o deputado Zucchi, será ouvido. O restante das sabatinas com os candidatos ficará para a terça e quarta-feira da próxima semana. Depois do parecer da Comissão é que os candidatos defendem seus nomes para o cargo ao TCE no plenário da Assembleia.
Fala sério
Na falta de algo bombástico ontem, a Assembleia divulgou que o deputado Nelson Garcia foi o primeiro pedir um empréstimo consignado junto a Caixa Econômica Federal. A “façanha” foi ontem, graças ao convênio firmado na semana passada e que vai ofertar o serviço aos funcionários e parlamentares.
Menos, menos
Os empréstimos consignados também podem ser com o Banco do Brasil. O presidente da Assembleia e o 1º secretário acompanharam a assinatura do contrato de Garcia com o representante da CEF. Quanto emprestou não se sabe.
Quem pode...
Nesta semana haverá a instalação do posto de atendimento dos bancos para esclarecer os funcionários e efetivar o serviço no Legislativo. Os servidores serão beneficiados com os mesmos juros praticados para os empregados do governo do Estado e da Paranaprevidência – entre 1,34% (para empréstimos de até seis meses) e 1,6% (de sete a sessenta meses). Benesses do funcionalismo público. (Roseli Valério)
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