7 de fev. de 2013

QUEM NOMEIA MAIS ?


Apesar de todos os “nobre parlamentar e vossa excelência” de praxe, os dois vivem se estranhando porque estão em lados opostos no plenário da Assembléia Legislativa. O líder do governo, Ademar Traiano (PSDB) e o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT) por dois dias seguidos bateram boca nessa semana. Ontem foi por causa da mensagem do Executivo que prevê a criação de 42 cargos comissionados para as secretarias da Casa Civil e do Governo. Veneri mostrou estudo apontando que desde que assumiu, em 2011, Beto Richa (PSDB) criou 343 cargos comissionados, elevando de R$ 9,2 milhões para 17,6 milhões os gastos anuais com esse tipo de contratação, um aumento de 91%. Segundo ele, isso contraria o discurso do governador de “choque de gestão”, além de contribuir para que o Estado tenha ultrapassado os limites prudenciais de gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Richa, disse o petista, cria um cargo em comissão a cada dois dias. O líder do governo como sempre faz – será por falta de argumento? – citou o governo federal petista, apontando que Lula e Dilma criaram 84 mil cargos comissionados no plano federal. Traiano negou que o Paraná tenha ultrapassado os limites de gastos com pessoal. Sobre o que foi apresentado por Veneri, disse que há uma divergência entre o Tribunal de Contas do Estado e a Secretaria de Tesouro Nacional. O TCE não considera, para efeito de gastos com pessoal, os valores descontados da folha dos servidores a título de Imposto de Renda, enquanto a STN inclui essas despesas na conta da despesa com pessoal.
COMPARAÇÃO



BLOCO ESTADUAL


Ainda contra-argumentando, Traiano disse que enquanto o Rio Grande do Sul, que tem um comprometimento muito maior que o Paraná com a folha de pagamento, teve autorização para contrair empréstimos, o governo paranaense teve esses mesmos empréstimos vetados pela STN. “São dois pesos e duas medidas”, cobrou o tucano.
‘IMPLACÁVEL’
E arrematou: “Um Estado é governado pelo PT e outro pelo PSDB. Há uma perseguição implacável contra o Paraná, que eu espero, não seja ato da presidente Dilma”, exagerou o líder do governo Richa. Implacável? Em tempo: o governo FHC não tratou o Paraná melhor.
CADA UM NA SUA
BLOCO FEDERAL


Outro ponto de discórdia entre Ademar Traiano e Tadeu Veneri tem sido o questionamento do líder da oposição sobre as realizações do governo Richa. Traiano declarou que não pretendia entrar na polêmica – será falta de argumentos de novo – sobre coisas prometidas e não realizadas porque seria fácil demonstrar que é o governo federal do PT quem está em dívida com os brasileiros.
TEM MAIS?
O tucano acabou citando como exemplo a transposição das águas do São Francisco, obra prometida por Lula que está abandonada submetendo áreas imensas do Nordeste à sede e fome em meio à seca que o país atravessa, disse ele. E parece que outra coisa não lhe ocorreu de momento.
DIZ ELE
Quanto às realizações anunciadas pelo governo Richa, Traiano afirmou que todas foram executadas dentro dos parâmetros prometidos. Entre elas a distribuição de 10 mil geladeiras a famílias carentes, a entrega de habitações populares e até mesmo a contribuição da Copel para baixar a energia, “uma questão que o PT tenta politizar e dar viés ideológico e que o Paraná deu contribuição importante”.
NO PULO
Lá pelas tantas Traiano apelou. Pediu para Veneri deixar de lado “as picuinhas, a visão menor da política e se mirasse no exemplo dado pelo governador Beto Richa e a presidente Dilma Rousseff no encontro de Cascavel [segunda-feira 4] onde demonstraram que podem trabalhar juntos”.
QUEM MANDOU...
Veneri pediu para ouvir por ter escolhido a semana errada para repetir suas críticas: o líder do governo destacou que o governador Richa, “que é atacado de forma sistemática” pelo petista, foi elogiado pela presidente Dilma em Cascavel, que afirmou: “Nós temos grandes parcerias com o governador Beto Richa na área do saneamento, da energia. Vamos conseguir dar um salto no Minha Casa Minha Vida e tudo isso vai se acelerar (...)”.
AINDA MAIS
Não bastasse isso, Traiano reforçou o argumento citando que também o líder do MST, João Pedro Stédile, ao contrário do deputado do PT, vê méritos inquestionáveis na administração de Richa. Em Arapongas, Stédile afirmou estar surpreso com os dois primeiros anos do governo do Paraná.
FOI MÚSICA
“O Paraná tem adotado uma política transparente e cidadã em relação à questão de terra e reforma agrária. Estamos satisfeitos porque percebemos que o governo do Paraná tem tido um relacionamento cidadão”, disse Stédile, para quem quisesse ouvir, no caso, tucanos e petistas. A presidente e Stédile fizeram declarações tipo aquelas que deixam a esquerda indignada e a direita perplexa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...