VAI A JULGAMENTO
Mesmo restando ainda dois recursos para serem julgados, um no Supremo Tribunal Federal e outro Superior Tribunal de Justiça, um da defesa e outro da acusação, o Judiciário paranaense determinou que se realize em 26 de março de 2013 o julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, acusado de provocar a morte de dois jovens em um acidente de trânsito, em Curitiba. Ele vai responder por duplo homicídio com dolo eventual e, se for condenado, pode pegar até vinte anos de prisão, com possibilidade de aumento de até 50% da pena por ter havido mais de uma vítima. Ontem a defesa do ex-deputado lembrou da existência dos recursos e por isso avaliou como prematura a decisão de marcar a data para o Tribunal do Júri. Em 20 de março, Gilmar Yared, uma das vítimas, faria 30 anos. Ontem o advogado criminalista Elias Mattar Assad, que representa a família Yared e atua como assistente da promotoria no caso, entregou para os pais do jovem o despacho que definiu a data do júri popular. Do dia do acidente até a definição da data do julgamento, passaram-se três anos. O período de tramitação do processo, segundo Assad, é normal do ponto de vista jurídico, porém, longo para a família que sofre a perda de um filho. Um amigo de Gilmar estava com ele no carro quando houve o acidente.
REPERCUSSÃO
Carli Filho, filho de ex-deputado estadual e federal e ex-prefeito de Guarapuava, Fernando Carli e irmão do deputado estadual Bernardo Ribas Carli, é responsabilizado pelo acidente que matou além de Gilmar Yared, Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, em 2009. O acidente comoveu toda Curitiba, com repercussão nacional. A família Yared fundou o Instituto Paz no Trânsito (IPTRAN) que tem como objetivo apoiar as famílias de vítimas de acidentes de trânsito.
TUDO ERRADO
O ex-deputado ficou gravemente ferido e chegou a ser transferido para o Hospital Albert Einsten, em São Paulo. Segundo exame etílico, Carli Filho, que na época exercia o mandato na Assembléia Legislativa, estava embriagado e também em alta velocidade. O laudo do Instituto de Criminalística apontou que ele dirigia a uma velocidade entre 161 e 173 km/h.
COM PROVAS
A defesa de Carli Filho tentou evitar o júri popular recorrendo ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça. O objetivo era fazer com que o ex-deputado respondesse por homicídio culposo e não doloso. Desta forma, em caso de condenação, a pena seria menor. Já o advogado Assad diz continuar confiante em condenação. "Esse processo é uma Monalisa. Nós temos todas as provas necessárias para o julgamento", argumenta.
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