DEPUTADOS REBELADOS
O anteprojeto do Poder Judiciário do Paraná que pretende reajustar as custas judiciais e os valores cobrados em cartórios extrajudiciais não será votado “no afogadilho” e por isso não deve chegar ao plenário da Assembléia Legislativa pelos próximos seis meses. A garantia foi dada ontem pelo presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), que atendeu apelo da maioria dos deputados estaduais, que se posicionaram contra a votação da matéria neste ano, como pretendia o Tribunal de Justiça. Rossoni explicou que um projeto dessa magnitude necessita de, pelo menos, seis meses para ser apreciado. Para ele, é necessário haver audiências públicas, afim de discutir com a população a majoração das taxas das custas e dos cartórios. O deputado Douglas Fabrício (PPS), comparou os aumentos (que variam de 37,25% a 1.125%) com o IPCA, índice que mede a inflação no país. Em 2010, ele foi de 5,91%. Em 2011, chegou a 6,50% e, em 2012, a expectativa dos economistas é que não ultrapasse 5,42%. “O menor aumento pedido pelos cartorários é duas vezes maior que a inflação do período. Isso demonstra que os reajustes estão absolutamente fora da realidade”, comentou.
JÁ CHEGA!
Fabrício falou em nome da maioria dos colegas: “Não dá mais para votar aumentos aqui na Assembléia. Isso constrange os deputados porque a população trabalha quatro meses só para pagar impostos. Não podemos dar ao povo paranaense esse presente de natal”, afirmou. Foi anteontem que os desembargadores do TJ aprovaram o envio do anteprojeto de lei para reajustar as custas e taxas cobradas pelos cartórios.
DEIXA QUIETO
Em geral ele evita polemizar, mas o tema o provoca. O governador Beto Richa (PSDB) criticou ontem o uso político da questão do pedágio por parte de seus adversários. Richa disse que desde a campanha de 2010 para o governo, já havia prometido “despolitizar” a discussão.
DEIXA QUIETO 2
“Todos sabem, isso já foi objeto de demagogia em campanhas eleitorais anteriores. Quem não se lembra da célebre e enérgica frase do ‘pedágio baixa ou acaba’. Conversa fiada, nada aconteceu”, provocou Richa, referindo-se ao slogan de campanha de seu antecessor, o ex-governador e hoje senador Roberto Requião (PMDB).
SEM CPI
O governador também criticou a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar as concessões de rodovias. “CPI vai servir de palco para adversários políticos, para aqueles que queiram estar à frente dos holofotes. Tanto é que já foram feitas CPIs em anos anteriores com esse mesmo objeto”, sem que houvesse resultado prático, recordou.
SEM AÇÕES
Richa voltou a referir-se a Requião, sem citá-lo. “Já tivemos um governador que tentou de todas as formas quebrar o contrato dos concessionários do pedágio e nada aconteceu. Então temos que ser sinceros, temos que ser pragmáticos e avançar dentro daquilo que é possível. Isso [uma CPI] não vai render nada. Pode sim prejudicar a negociação e o diálogo que hoje existe entre o governo e as concessionárias”.
TUCANO ACUSA
Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembléia, disse ontem que o Paraná vem sendo, “sistematicamente”, prejudicado pelo governo federal quanto a redução de transferências federais. O tucano falou da tribuna da Casa e mandou recado com nome e endereço do destinatário.
ESPECIAL GLEISI
"Esse problema acontece pela ação e omissão de representantes paranaenses no governo federal, em especial a ministra Gleisi Hoffmann. Ela está instalada na porta de entrada da presidente Dilma Rousseff e não faz nada para impedir que o Paraná deixe de receber R$ 1 bilhão em 2013 por ações do governo federal do PT", acusou Traiano.
AS PERDAS
De acordo com o tucano, essas “perdas gigantescas” virão em consequencia das reduções de transferências federais (cerca de R$ 400 milhões), mudanças das regras no jogo no setor elétrico (R$ 450 milhões) e o veto da presidente Dilma a distribuição do royalties do petróleo (R$ 150 milhões). "Tudo isso ocorre sem que os representantes do Paraná no ministério, como a ministra Gleisi, os ministros Paulo Bernardo e Gilberto Carvalho movam uma palha em defesa dos interesses do Estado", afirmou o líder do governo Richa.
DE PROPÓSITO
Para fundamentar sua denúncia de que o governo federal prejudica o Paraná em particular, segundo Traiano, ele citou, como exemplo de discriminação, a Lei Orçamentária da União para 2013, “em que o Paraná ficou em antepenúltimo lugar em investimentos do governo federal. Só ficamos à frente do Rio de Janeiro e São Paulo”.
SEM REELEIÇÃO
Assinada por 18 deputados, foi protocolada ontem proposta de emenda constitucional, por iniciativa de Stephanes Junior (PMDB), que proíbe a reeleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Mas a PEC, que deve valer a partir da próxima legislatura se for aprovada, não será votada agora.
QUER QUEIRA...
Se for aprovado o fim das coligações nas proporcionais – tema que pode entrar na pauta da Câmara Federal ainda esta semana na votação da reforma política – o PMDB do Paraná não terá outra saída a não ser lançar candidato próprio ao governo nas eleições de 2.014.
QUER NÃO
Vai daí que a bancada estadual do PMDB, aliada do governo Richa, não poderá descartar a candidatura do senador Roberto Requião ao Palácio Iguaçu em 2014. Mesma coisa em relação a pretensão do ex-governador Orlando Pessuti, que também sonha ser candidato à sucessão de Beto Richa.
OS NOMES
Ainda que esteja em rota de colisão com o senador, o deputado estadual Nereu Moura, admite que Requião é o nome mais forte para disputar o governo do Estado. Mas, se a chapa que vai enfrentar a de Requião na eleição para a presidência do diretório estadual for vitoriosa, é Pessuti que ganha força para ser o candidato do PMDB.
O UNGIDO
Mesmo que venha a ter vantagem, Pessuti admite que o candidato deve ser aquele que, em 2.014, reunir as melhores condições para disputar o governo, disse Moura. A chapa a que Moura se refere é a que lançou o deputado federal Osmar Serraglio, candidato à presidência do diretório estadual, formada em conjunto pela bancada do PMDB na Assembleia e o grupo de Pessuti.
EM CAMPANHA
Anteontem de noite, quando da reunião com peemedebistas de 34 cidades de Curitiba e região, litoral e vale do Ribeira, Requião disse que, se eleito presidente, vai descentralizar as ações do partido com reuniões em todo o Estado e iniciar um grande processo de novas filiações partidárias.
ALERTA
O senador repetiu o que disse nas reuniões no interior do Paraná. “Tínhamos 134 prefeitos no Estado. Na última eleição, perdemos 78 prefeituras. Se não fizermos nada, o PMDB paranaense vai desaparecer como aconteceu com o PMDB paulista”, afirmou.
‘VELHA E SANTA’
Requião também repetiu as criticas a posição da bancada estadual do partido, que faz parte da base de apoio do governo Richa. “Fui tomado pela velha e santa indignação. Temos que devolver o PMDB para os peemedebistas terem de novo o coração batendo em ritmo de vitória”, disse, reiterando que o partido precisa ter candidatos próprios ao Senado e ao governo nas eleições de 2014.
PELOS PRÓPRIOS
O encontro de Richa na semana passada com prefeitos e os deputados estaduais do PMDB, que serviu de munição a Requião para novos ataques a bancada, não teria tido relação com a eleição para o diretório estadual. Segundo Moura, eles estiveram com o governador para que ele garantisse que os prefeitos do partido seriam atendidos pelo governo através dos deputados do PMDB.
SERÃO ATENDIDOS
Os prefeitos estariam sendo “assediados” por deputados de outros partidos da base do governo, em especial tucanos, que estavam se colocando como “porta-voz” junto a Richa e o secretariado. O receio dos deputados do PMDB é “perder” prefeitos de suas bases em função dos “atravessadores”. O governador tranqüilizou deputados e prefeitos quanto a isso.
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