Parte da bancada estadual se antecipou ao ex-governador Pessuti, a dúvida é se vai insistir em pedir posição oficial
De acordo com relato do deputado Nereu Moura, um dos quatro peemedebistas que foi a Brasília para explicar os motivos da adesão da bancada estadual na Assembleia Legislativa ao governo tucano de Beto Richa, foi positivo o encontro ontem com o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, com os senadores Sérgio Souza e Vital do Rêgo, e mais os deputados federais paranaenses Moacir Micheleto e Osmar Serraglio. Nereu Moura afirmou que Raupp disse não se opor ao alinhamento, até porque em diversos Estados o PSDB é parceiro do PMDB. O presidente teria dito ainda que se a participação na base aliada tucana tem por objetivo fortalecer o partido no Paraná, como alegam os deputados, a executiva nacional não vê razões para impedir, considerando que o comando do PMDB quer o fortalecimento da legenda para disputar as eleições de 2012 e 2014.
O outro encontro previsto pelos quatro deputados deveria ocorrer ontem a noite, com o senador Roberto Requião. Não por acaso eles reservaram quartos no mesmo hotel em que Requião se hospeda em Brasília. O senador discorda da adesão da bancada estadual ao governo Beto Richa (PSDB), vista por ele como fisiologismo. Desde que os deputados confirmaram publicamente o apoio à administração tucana, não se encontraram com Requião e nem com o ex-governador Orlando Pessuti, que também critica a iniciativa. Pessuti ontem também estava em Brasília, mas seu objetivo era o oposto dos deputados. Foi para pedir que o diretório ou a executiva nacional discuta e se manifeste oficialmente nesta quinta ou na sexta-feira, quanto à adesão dos peemedebistas locais ao governo tucano.
Orçamento
Nereu Moura também foi a Brasília na condição de presidente da Comissão de Orçamento da Assembleia para se reunir com o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional. O objetivo do encontro era avaliar uma maneira de mudar a execução orçamentária, já que os governadores têm hoje a possibilidade de remanejar verbas sem necessitar de autorização. "O orçamento impositivo estabelece que os recursos sejam investidos naquele fim como foi aprovado pelos deputados”, observa Moura. Ele disse que também queria obter novas informações e ferramentas que possam aperfeiçoar a tramitação e as discussões que envolvem a elaboração do orçamento estadual.
A partir deste ano, por exemplo, os deputados estaduais já passarão a contar com o auxílio de um novo programa de informática na hora do encaminhamento das emendas ao Orçamento do Estado. O software está sendo desenvolvido pela Companhia de Informática do Paraná (Celepar), juntamente com a Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa. “O novo sistema estará interligado com a Coordenação de Orçamento e Programas da Secretaria de Estado do Planejamento, no qual todos os deputados terão a possibilidade de ver o andamento de suas emendas”, informou o deputado. A Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual (PPA) devem ser encaminhados pelo Poder Executivo para análise do Legislativo até o dia 30 deste mês. A princípio, a elaboração e prazo para entrega das emendas será até 15 de outubro. A Assembleia deve apreciar em plenário a LOA e o PPA antes de iniciar o recesso parlamentar de final de ano. (Roseli Valério)
Nenhum comentário:
Postar um comentário