Ele entende que o vereador, que também preside o diretório de Curitiba, constrange o partido: ambos estão em confronto
Os tucanos Valdir Rossoni, presidente da Assembleia da Legislativa e o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso continuam se alfinetando em função das várias denúncias que pesam contra o vereador. Rossoni tratou o caso como vice-presidente do PSDB e presidente da Assembleia ao pedir a saída de Derosso do partido. Anteontem o vereador disse que Rossoni queria aparecer a qualquer custo. Na reação a Derosso, ontem, o deputado comentou que “melhor aparecer e esclarecer as dúvidas do que se esconder”.
A referência é clara ao fato de Derosso estar evitando contato com a imprensa e não estar comparecendo ao plenário da Câmara desde o início do mês quando as denúncias contra sua administração da Casa passaram a ser mais contundentes. Rossoni disse não temer retaliações por parte do vereador, que preside também o PSDB curitibano e seu grupo. Nos bastidores políticos de Curitiba especula-se que denúncias contra Rossoni e a Assembléia estariam para ser divulgadas. “Toda a verdade tem que vir à tona, não é mais tempo para esconder as coisas”, observou o deputado.
O presidente da Assembléia criou desconforto no PSDB ao defender a saída do presidente da Câmara do partido. Vereadores tucanos contestaram sua declaração por considerarem precipitada. Como Derosso, avaliam que a intenção de Rossoni é querer aparecer para formar uma base política em Curitiba, para onde transferiu seu domicílio eleitoral. Mas também deputados estaduais tucanos não aprovaram as declarações de Rossoni.
Dois lados
Para o deputado Mauro Moraes, o partido precisa se reunir para avaliar a situação do presidente da Câmara acusado de contratar parentes e beneficiar familiares em contratos públicos. Moraes diz que não pode haver pré-julgamento e sugeriu que o diretório analise a posição de deputado Rossoni quanto ao desligamento de Derosso. Moraes é direto: “Tem que conversar sobre essa questão. Se constrange o partido, existem outras coisas que também constrangem, como essas matérias acusando o líder do governo de nepotismo”.
Expulsar Derosso, na opinião de Moraes, só em caso de comprovada sua culpa nas denúncias. O deputado foi vereador curitibano em algumas gestões do colega tucano, que preside a Câmara desde 1997. Rossoni usou a tribuna da Assembléia para dizer que depois de tanto esforço feito para moralizar a Casa, não pretende continuar respondendo por “atos de terceiros”, sejam eles filiados ou não ao partido.
Alegando experiência política, Rossoni afirmou que “quando uma pessoa entra numa fase dessas uma grande contribuição que pode ser dada ao partido é se afastar até que tudo seja investigado”. Ou seja, ao menos que se afaste. “E se for culpado, não o queremos mais no partido”, disse o deputado. (Roseli Valério)
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