Tudo começou quando, de
repente, motivaram discussões sobre as maneiras como se comportavam os
deputados da Assembléia Legislativa que, usando suas prerrogativas, passaram a
transformar em verdadeiro deboche a escolha de novos conselheiros do Tribunal
de Contas do Paraná;
Apêndice do Legislativo,
esta corte virou de repente um cabide apenas político, gerando especulações a
escolha de políticos e não técnicos para ocuparem os cargos de conselheiro no
TC do Paraná.
A escolha de Mauricio
Requião, irmão do então governador Roberto Requião detonou as discussões pela
forma explícita em que o tráfico de influência foi instrumento utilizado para
tal procedimento, seguindo com um atropelada do governo Beto Richa,
influenciado por Valdir Rossoni, que desembarcou o adversário do PMBD e abriu
uma brecha polêmica para colocar Ivan Bonilha, afilhado do novo governador, na
vaga requianista.
Tudo pareceu calmo por
algum tempo, embora na Justiça Mauricio Requião mantivesse sua luta para
recuperar o cargo.
Abrindo=se uma nova vaga
com a aposentadoria de Hermas Brandão, a Assembléia usou mais uma vez de sua
disposição para eleger sucessor como conselheiro, gerando no Centro Cívico uma
verdadeira guerra na qual se empenharam os Três Poderes, unidos para fazer do
tráfico de influência motivo para a nova eleição.
Episódios marcaram esta
nova escolha, gerandu suspeitas, até, de verdadeiras negociatas que confundiram
os interesses dos Três Poderes, tendo o Judiciário, principalmente, sido
envolvido pela disposição do pai, desembargador Clayton Camargo, em fazer
conselheiro do TC, a qualquer custo, seu filho o deputado Fabio Camargo.
Mais de quarenta
candidatos, tendo deputados concorrentes à citada, partiram para uma disputa
desigual que gerou conflitos e as suspeitas de pressões do TJ em cima do Poder
Legislativo, conforme mais tarde confirmou o deputado Elton Welter, numa
situação polêmica e que a esta altura já havia chegado ao CNJ-Conselho Nacional
de Justiça, de olho na forma prepotente com que vinha sendo conduzido o Poder
Judiciário no Paraná.
Não faltou, inclusive,
episódio vexatório e lamentável do presidente do TJ, desembargador Clayton
Camargo, num daqueles rompantes característicos, mandar um repórter perguntar a
sua mãe quanto a uma resposta que havia sido indagada.
A esta altura a Assembleia
Legislativa, leia-se Valdir Rossoni & Cia, já estavam no colo do TJ, como
diziam francamente, arrastando também o governo do Paraná numa ridícula
situação de recursos judiciais que não deram certo de serem envolvidos na
negociata para tornar realidade o cargo de conselheiro para o filho do
desembargador Clayton Camargo.
E veio a eleição, polêmica
em todos os sentidos, a ponto de Valdir Rossoni por sua conta decretar e
promover em poucos instantes o resultado e a confirmação de eleição do deputado
Fabio Camargo, mesmo que na contagem de votos houvesse polêmica e a necessidade
de um segundo turno entre dois deputados.
Definida a escolha a toque
de caixa foi promovida a posse o mais rápido possível a fim de evitar maiores
especulações, gerando tal ato mais controvérsia pela forma prepotente com que
se comportaram pai e filho deixando no ar a imagem de que o Paraná não contava
apenas com autoridades, mas com alguns “donos”do Poder em determinadas áreas.
A esta altura, porém, o
CNJ-Conselho Nacional de Justiça, já estava de olho não apenas nesta, mas em
outras situações que envolviam o presidente do TJ e seu filho que foi
instrumento de manobra para ocupar um cargo vitalício no TC.
Max Schrappe, candidato a
disputada vaga de conselheiro, recorreu da decisão atropelada pelos Poderes
Legislativo e Judiciário, com aval do Poder Executivo, e apelou a Justiça
buscando recurso e apontando uma série de irregularidades durante este
processo.
Mais do que complicado, a
esta altura, o Poder Judiciário foi novamente envolvido e a desembargadora
Regina Portes depois de examinar mandado de segurança com pedido liminar de Max
Schrappe através seus advogados, decidiu pelo desembarque de Fabio Camargo do
cargo que já vinha ocupando no TC e transformando toda a celeuma em mais um
capitulo complicador do imbróglio.
Enquanto isso, continuava a
tramitação de recurso do ex-conselheiro Mauricio Requião, hoje em mãos do
desembargador Antonio Loyola Vieira, através do qual pretende o irmão do
ex-governador Requião recuperar a sua vaga e pedindo a anulação do ato que deu
sua vaga para Ivan Bonilha naquilo que considera um verdadeiro passe de mágica
política.
A esta altura nada mais
surpreende o público, inclusive o comportamento de Valdir Rossoni que mudou a
linguagem anterior quando defendeu a eleição de Fabio Camargo e na atualidade
quando o mesmo já desembarcou daquele cargo embora aguarde julgamento do mérito
e mantendo limitadas esperanças de uma reviravolta.
O CNJ, enquanto isso,
continua de olho no Paraná, inclusive no comportamento da Assembléia
Legislativa onde, além do presidente, o comportamento de deputados encarregados
da comissão que examinou documentação dos candidatos a conselheiro do TC nesta
ultima empreitada, foi bastante suspeito.
Uma situação,aliás,
conforme denuncias tardias mas ainda reveladoras, de que naquela recente
disputa, como dizemos sempre, tinha, de fato, linguiça embaixo da farofa.
E agora ?
Final de ano chegando e,
como sempre, as coisas vão sempre sendo adiadas para mais tarde, deixando de
complicar ainda mais quando Natal e Ano Novo precisam ser comemorados
condignamente por todos, inclusive aqueles que causam tantas confusões.
Na expectativa de uma
decisão em relação ao recurso de Mauricio Requião, o assunto conselheiro do TC
adia-se até nova decisão, se é que não foi e nem o será tomada nestas próximas
horas, arrastando matérias de tal porte para depois das festas de final e
inicio de novo ano quando certamente a polêmica situação voltará às manchetes.
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