28 de ago. de 2013

Acabou o tempo dos privilégios nas licitações do transporte coletivo!

A vaca tá indo pro brejo, Sêo Gulin...
Talvez os próprios empresários não tenham se dado conta, mas a exploração dos serviços de transporte coletivo em Curitiba, ao que tudo indica, nunca mais continuará a mesma.

Podem até imaginar que impedirão a vaca de ir para o brejo no que diz respeito ao modelo que durante algumas décadas garantiram a exploração do setor conforme o desejo de poderosos que o comandavam com esquemas que, por conivência ou omissão, eram sempre pura sequência de uma atividade que se conduzia ao bel prazer de quem nunca se imaginou um dia colocado na presente situação.

Seguindo o próprio sentimento de mudanças que de repente explodiu nas ruas, reivindicando uma lei do passe livre que abriu as comportas de manifestações, exemplarmente encaminhadas através de uma CPI que contrariando alguns interesses se instalou na Câmara Municipal de Curitiba, a exploração do transporte coletivo de repente virou manchete e hoje vai revelando situações nunca dantes imaginada que seriam colocadas contra a parede das análises e decisões.

Fator que complicou ainda mais a situação curitibana no setor, a descoberta de um esquema que a nível estadual e nacional privilegia determinados grupos, virou o caldeirão de facilidades que os empresários de ônibus sempre tiveram na capital paranaense que segue um modelo conveniente aos poderosos que dominam a área e promovem fajutas licitações conforme o modelo de seus exclusivos interesses.

E, de repente, os curitibanos, a exemplo do que acontece em Apucarana, onde um promotor desafiou os poderosos e abriu uma caixa preta no país, ficaram sabendo que o modelo de licitação para o transporte coletivo aqui é o mesmo que em Brasília onde fraudes foram descobertas e deram ensejo hoje a sérias providências que escandalizaram também os usuários do transporte coletivo na capital federal.

Curitiba, onde os empresários do setor nadaram sempre de braçada, como se diz, viu-se de repente citada nacionalmente porque a Auto Viação Marechal Ltda., do Grupo Gulin, dono da área na capital paranaense, foi denunciada com seus advogados num esquema fraudulento que aos poucos foi revelando seus tentáculos pelo resto do país através de licitações armadas via Logitrans onde o paranaense Garrone Reck dita o modelo de comportamento para escolha das empresas, ao mesmo tempo em que seu filho, Sacha Reck, com o escritório de advocacia mantido com Guilherme Gonçalves, cuida dos interesses empresariais que envolvem poderosos que fazem parte de um verdadeiro cartel montado para manter sem problemas as possíveis licitações de transporte coletivo que surgirem, como foi o caso de Curitiba depois de muitos anos.

Hoje, tentando evitar que a vaca vá para o brejo, empresários buscam confundir mais do que esclarecer numa CPI tumultuada, inclusive, por figuras que sempre estiveram nas sombras desta área, como Donato Gulin, que de repente virou manifestante de arquibancada tentando criar ambiente histérico desfavorável aos integrantes da CPI do Transporte Coletivo que segue no rumo certo.

Com a presença de uma deputada distrital de Brasília, Celina Leão, que corajosamente veio trazendo revelações e documentos do modelo de tapeação descoberto no Distrito Federal e que envolve empresários curitibanos num esquema de fraudes e armações, as coisas ficaram ainda mais sérias e explodiram de vez com decisões que a esta altura vão deixando seriamente preocupados não apenas os envolvidos, mas seus advogados e todos aqueles que durante anos tiveram na URBS omissão ou conivência com acontecimentos agora revelados.

Chegando ao ponto de pedir a abertura do sigilo fiscal das empresas, que passaram a usar a desculpas de prejuízos para tentar buscar ainda mais elementos nos seus argumentos de tarifas que os salvem do empobrecimento disfarçado, a CPI do Transporte Coletivo vai deixando para a própria Receita Federal elementos que a esta altura permitirá a todos se debruçarem na verdade das empresas que transportam os passageiros de ônibus em Curitiba.

Sem que os demais empresários do setor sejam lembrados, já que o Grupo Gulin é dominante da área, todos estão agora expostos a uma situação que a princípio identificou um lucro anual das empresas na ordem de 100 milhões de reais, enquanto prefeitos sempre se curvaram às queixas e reclamações dos empresários que tinham numa planilha, que somente eles conseguem realmente entender, o elemento chave para evitar maiores preocupações em se desvendar a verdade do que ocorre no sistema de transporte da capital.

É hora, mais do que nunca, de abrir de uma vez essa caixa preta que tem na URBS o elemento chave para serem reveladas as profundezas destas relações suspeitas e que contribuem hoje para revelações que vão escandalizando os integrantes da CPI do Transporte Coletivo, os quais não tem mais como voltar atrás senão abrindo totalmente a caixa preta do setor, algo que foi sempre verdadeiro tabu prometido de se desvendar em campanhas políticas, mas permanecia em mistério, ao menos até agora, quando começou, enfim, a ser desvendado.

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