21 de out. de 2011

Ascensão e queda de um mito chamado Rossoni


Ele foi com muita sede ao pote.

Desmoralizou-se.

Por conta de sua própria língua e pela ansiedade em aparecer e fazer pose para os holofotes de uma mídia a qual serviu prestando-se ao serviço de escrachar deputados, colegas políticos e funcionários legislativos, enquanto mantinha a pose de dono da verdade e Paladino da Justiça.

Pobre Valdir Rossoni, dizem hoje aqueles que foram seus alvos e mesmo os seus admiradores de momento.

O reconhecimento de que levou uma chicotada na bunda com sua própria língua, ao promover ações que se desencadearam no Legislativo, misturando ações políticas no PSDB e como presidente da Assembleia Legislativa, tudo ficou altamente comprometido quando se descobriu a prática de improbidade administrativa por parte de Valdir Rossoni.

Eleito presidente da Assembleia Legislativa, o primeiro que jogou para escanteio foram seus companheiros Nelson Justus (DEM) e Alexandre Curi (PMDB), contribuindo decisivamente para o escracho dos mesmos e outros que foram sendo desmoralizados com a impressão clara de que “o caçador de bandidos” em que se transformara Rossoni viera para ficar.

Chegando ao cúmulo de opinar internamente no comportamento do Legislativo de Curitiba, deitando e rolando contra o ex-companheiro João Cláudio Derosso, que ajudou a sepultar politicamente em seus sonhos eleitorais para 2012, o presidente da Assembleia Legislativa vinha com a imagem em constante alta embora deixasse desconfiados uns e outros que o achavam exagerado.

Ditando normas de comportamento e fazendo a sociedade paranaense entender que a Assembleia Legislativa deveria ser conhecida antes e depois de Rossoni, o presidente do Poder Legislativo vinha deitando e rolando politicamente até que...

... Até que a casa caiu, como diz um conhecido e velho ditado.

Ao ver revelado pela imprensa um comportamento danoso aos cofres públicos, quando passou a receber, desde que assumiu o cargo de presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, um salário em dobro do que recebem os demais deputados estaduais paranaenses, e que está na ordem de R$ 20 mil mensais, ganhando a mixaria de R$ 40 mil mensais, Valdir Rossoni bem que tentou se livrar da imagem negativa mas a emenda saiu pior que o soneto.

Pego no contrapé, por causa de um decreto que saiu publicado no Diário Oficial, estendendo o benefício de pagar em dobro o salário de seus companheiros secretários da mesa executiva da Assembleia, Plauto Miró Guimarães (DEM) e Reni Pereira (PSB), que ele considerava que trabalhavam tanto quanto ele, Valdir Rossoni tentou se desculpar dizendo que o tal decreto havia sido publicado indevidamente.

A esta altura, me perdoem, a cagada já estava feita.

E o cheiro se espalhou, complicando inclusive a imagem dos outros dois deputados que ficaram no retrato como se estivessem de pleno acordo com o assunto tratado na forma de improbidade administrativa.

Contra a parede, Valdir Rossoni iniciou uma semana dizendo que não iria abrir mão de receber em dobro como presidente da Assembleia, salário que nem os demais deputados sabiam que estava chegando à conta do citado parlamentar.

E foi aí que a emenda saiu pior que o soneto, e por duas razões.

A primeira, quando no dia seguinte depois de tentar justificar o recebimento em dobro apareceu na maior cara de pau dizendo que desistia de receber em dobro e, inclusive, iria devolver os R$ 160 mil que havia recebido desde o princípio do ano.

Resolvido o impasse?

Nada disso.

O pior ainda estava por vir.

Com a imprensa especulando cada vez mais a respeito, a situação voltou-se contra os ex-presidentes da Assembleia Legislativa, Orlando Pessuti, Aníbal Curi, Hermas Brandão e Nelson Justus, todos sendo citados inicialmente como recebedores do salário de deputado em dobro por terem sido presidentes da Assembleia, e desde então citados para uma devolução aos cofres públicos da dinheirama que teriam recebido por conta do privilégio.

Levantada a situação, foi esclarecido que Orlando Pessuti seria o único em condições de ter recebido tal benefício, antes que uma lei federal que disciplinou o salário teto federal acabasse com uma farra que acontecia no país.

E veio, então, o esclarecimento definitivo.

Valdir Rossoni veio a público para esclarecer que não era nada disso.

Ele, somente ele, Valdir Rossoni, foi quem recebeu, desde que assumiu neste ano o cargo de presidente da Assembleia Legislativa, o salário em dobro como deputado e presidente.

Os demais, todos eles, receberam uma verba de representação que nunca ultrapassou 30% do salário dos deputados.


E daí?

Bem, daí ficou claro que por todos os meios as idas e vindas de Valdir Rossoni tentando explicar o inexplicável, complicaram de vez a sua imagem.

Foi a ascensão e queda de um mito que haviam transformado Valdir Rossoni nos últimos tempos no personagem mais divulgado pela nossa imprensa.

Mordeu a própria língua e escafedeu-se.

Acabou o mito do bonzinho e do politicamente correto.

Tudo bem que devolveu o que recebeu a mais, isto é, a mixaria de R$ 160 mil, como presidente da Assembleia Legislativa.

Mas, e a imagem para os deputados e o Legislativo do Paraná como é que ficam?

Se tinha algum sonho político mais próximo, como aquele de ser vice em nome dos tucanos na campanha de Luciano Ducci (PSB) nas próximas eleições, isso virou um pesadelo.

O mito já era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...