12 de ago. de 2011

Requião e Pisseti pagarão R$ 80 mil a Praczyk

Pastor Edson Praczyk: "Requião não é homem para dar um pito nesse deputado. E dar um pito no governador, não tem preço".

A falsa acusação de que o deputado e pastor Edson Praczyk (PRB) teria cobrado “mensalinho” de R$ 45 mil para votar a favor do governo, feita pelo ex-secretário da Comunicação do Governo e confirmada pelo então governador Roberto Requião (PMDB), vai custar a eles o valor de R$ 80 mil, em multas fixadas pela Justiça numa indenização pedida pelo deputado na Justiça.

A acusação foi feita por Requião em entrevista a rádio Antena Sul, em 10 de junho de 2005, num programa mantido à esposa, pelo ex-deputado ficha suja, Jocelito Canto. Na ocasião, o governador disse que Praczyk teria procurado Pisseti e pedido uma verba mensal de R$ 45 mil de publicidade oficial para as rádios em que atuava, em troca de votar a favor dos projetos de interesse do governo na Assembleia Legislativa.

A dupla, Requião e Pisseti, já havia sido condenada em 2010 e agora perdeu também no recurso interposto em instância federal. Não caberá mais recurso. Praczyk – que sempre negou ter feito qualquer pedido de verba a Pisseti – entrou com duas ações contra Requião e o secretário, uma pedindo indenização por danos morais e outra, a responsabilização criminal de ambos por calúnia e difamação.


Conselho de Ética

Quando Requião e Pissetti acusaram Praczyk, o Conselho de Ética da Assembleia abriu um processo contra o parlamentar para apurar eventual quebra de decoro. Outros deputados que participaram da reunião com Pisseti – Renato Gaúcho, Mauro Moraes e Chico Noroeste – negaram ter ouvido qualquer pedido de verba por parte do Pastor. Em depoimento ao conselho, Pisseti confirmou as acusações, mas admitiu não ter provas das mesmas. Alegando falta de provas, o conselho arquivou o processo.

A juíza Ana Lúcia Ferreira, do Tribunal de Justiça, acatou os argumentos do parlamentar, apontando que Requião e Pisseti não conseguiram provar as acusações. “A conduta dos requeridos em suas manifestações perante a mídia implica, à luz da prova produzida neste feito, em dano moral”, avaliou. “Os requeridos não conseguiram demonstrar, através das testemunhas inquiridas, que houve a mencionada tentativa de achaque por parte do requerente”, disse a juíza. “Devem, pois, os requeridos indenizar ao requerente, porquanto a entrevista do governador, que foi respaldada em entrevistas a periódicos configura caráter pejorativo, ofendendo tanto a honra subjetiva quanto a honra objetiva”, concluiu.

Praczyk comemorou a decisão da Justiça, afirmando, na Tribuna da Assembleia, que durante esse período, teve que amargar a convivência com a suspeita de achacador. “Espero que essa ação tenha um efeito pedagógico e o governador pense duas vezes antes de falar”, disse o deputado, que ainda rebateu a declaração de Requião de que ele teria levado “um pito” do governo. “Requião não é homem para dar um pito nesse deputado. E dar um pito no governador, não tem preço”, ironizou.


Condenados

O senador Roberto Requião e o ex-secretário de Estado da Comunicação Social Airton Pisseti foram condenados solidariamente pela Justiça, a pagar uma indenização de R$ 80 mil ao deputado estadual pastor Edson Praczyk (PRB), por terem acusado o parlamentar de cobrar um “mensalinho” de R$ 45 mil para votar com o governo.

Pisseti é que teria dito a Requião sobre a suposta cobrança do “mensalinho” por um grupo de deputados, em audiência que tiveram com ele. A negociação supostamente incluía ainda inserção de matéria paga do governo nas rádios em que os deputados tinham programas. Mas a acusação contra Praczyk foi feita pelo então governador em entrevista para a rádio Antena Sul.

O senador Roberto Requião, além de não conseguir provar as acusações e ter que pagar R$ 80 mil de indenização a Praczyk, tem um verdadeiro rosário de outras queixas quanto a manifestações públicas feitas através da imprensa ou mesmo pela TV Educativa, quando comandava a malfadada Escolinha de Governo das terças-feiras, no Museu Oscar Niemeyer.

Os vários processos em que está sendo acusado são motivos suficientes para que Requião se agarre na já negada aposentadoria de governador, que ele condenou no passado, mas na qual se baseia agora como fonte geradora para quitar os processos na justiça sem ferir o seu patrimônio. Tanto que tem recorrido sempre das decisões que não lhe são favoráveis, ao Supremo Tribunal Federal tentando aliviar as punições que lhe são dadas por conta de uma língua ferina e maldosa.

A considerada linha firme e inarredável na atuação política está custando caro ao ex-governador e atual senador. Mas ele não tem muito a que se preocupar pois além de aposentadoria pelo Instituto Nacional de Seguridade Social ainda detém outras benesses oficiais como ex-deputado, com ex-senador, ex-governador, além da estrutura financeira muito bem articulada através de irmãos, filhos, sobrinhos e outros tantos parentes que ele costumeiramente agasalhou em suas andanças oficiais. Basta agora repatriar um pouco que seja de cada um deles para poder quitar suas dívidas pela língua sempre solta de cão que muito ladra, mas que não sabe o que fazer quando lhe afrontam. (Osni Gomes)

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