Depois de denúncias da imprensa, o Ministério Público Estadual instaurou um inquérito civil para investigar o pagamento de supersalários aos dois filhos do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB). A investigação está sendo conduzida para apurar o pagamento pelo parlamentar de mais de R$ 25 mil ao filho, Ademar Traiano Junior, quatro vezes mais que o salário de um deputado à época em que o fato ocorreu. Um deputado estadual recebia de salário pouco mais de R$ 6 mil.
A suposta irregularidade está no fato de esse supersalário ser maior inclusive que o de um Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), cuja remuneração é o teto constitucional para o servidor público de qualquer instância, incluindo cargos comissionados. A filha de Traiano também foi empregada pelo pai como assessora de gabinete e ganhava, além do salário de R$ 5mil, abono salarial de mais R$ 5mil e outros benefícios. Nesse caso, de acordo com o MPE, o pagamento de abonos a comissionados é ilegal. As contratações dos filhos do deputado aconteceram entre 2000 e 2006, antes que o Supremo editasse a Súmula 13, que proibiu a prática de nepotismo em todos os Poderes nas instâncias federal, estadual e municipal.
Em entrevista, o deputado tucano tentou justificar os supersalários dos filhos. Disse que na época não havia qualquer regra na Assembléia paranaense quanto a remunerações e que era comum esse tipo de prática entre os deputados. Traiano também afirmou que os filhos mereciam ganhar os altos salários porque prestavam assessoria a ele e o apoiavam muito. Por sua vez, o promotor de Patrimônio Público do MPE encarregado do caso, enviou ofício ao Poder Legislativo pedindo cópia autenticada das fichas funcionais e financeiras dos filhos do atual líder do governo. (Roseli Valério / Foto - Sandro Nascimento)
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