19 de jul. de 2011

Pessuti provoca Requião e diz que vitórias em eleições se devem a ele

O ex-governador não gostou das críticas do senador na convenção de domingo e reage, e insiste que não quis rompimento


Orlando Pessuti e Roberto Requião

Nem mesmo as convenções municipais realizadas anteontem em 103 municípios paranaenses serviram para uma trégua entre as duas principais lideranças do PMDB, o senador Roberto Requião e o ex-governador Orlando Pessuti. Requião, eleito presidente do diretório de Curitiba, o maior colégio eleitoral do Estado, mas que há décadas não elege um prefeito ou aliado do PMDB, aproveitou a convenção para atacar Pessuti. Já o ex-governador analisou ontem a eleição do novo diretório curitibano e respondeu às críticas feitas por Requião com leituras inusitadas das eleições que disputaram na mesma chapa.

Pessuti contestou a fala do senador durante a convenção na capital. “As declarações de Requião não são verdadeiras e o resultado da eleição não reflete a opinião do PMDB de Curitiba, mas apenas a opinião do PMDB requianista que excluiu do processo de escolha do novo diretório e executiva, integrantes de minorias e maiorias, em especial aqueles que mantém qualquer vinculo pessoal conosco” avaliou. Não houve bate chapa na disputa, apesar da ameaça do deputado estadual Stephanes Junior, na semana passada, de que se não houvesse um acordo entre o grupo do senador e o dos parlamentares estaduais e federais, ele iria disputar a presidência da Executiva da capital.

O ex-governador voltou a afirmar que não está rompido com o senador. "Foi o próprio Requião quem rompeu conosco". E insistiu no discurso que adotou cerca de um mês depois de ter substituído Requião no governo do Paraná, no ano passado. "Durante 27 anos o apoiei, mesmo com divergências e ele não nos apoiou sequer por 27 dias”. Uma das críticas do senador a Pessuti foi por estar se envolvendo em questões do PMDB curitibano, apesar de não ser da capital.

Ter origens no interior do Paraná não é um demérito, alfinetou Pessuti. “Sou sim de Jardim Alegre, Ivaiporã, Califórnia e Apucarana. Sou sim do interior do Paraná, mas, também sou de Curitiba onde cheguei em 1971 para completar meus estudos nos níveis secundário e universitário. Resido aqui a cerca de 40 anos e tenho pelo povo da capital o maior carinho e respeito”, justificou. E emendou que mostrando "a verdade dos números" e analisando os resultados eleitorais, não é preciso utilizar de ironias para se comparar a força do PMDB no interior e na capital.


Comparações

Ainda que mal comparado, o ex-governador provocou: “Em Jardim Alegre o PMDB pessutista venceu quatro das últimas sete eleições para prefeito enquanto em Curitiba, o PMDB requianista venceu apenas uma. E um detalhe importante. Na última eleição para prefeito em 2008, o PMDB pessutista lá em Jardim Alegre obteve 49,9% dos votos enquanto o PMDB requianista aqui em Curitiba obteve 1,7% apenas”.

Segundo Pessuti, também os números para o Senado mostram a força do PMDB no interior. “Em 2010 lá em Jardim Alegre, o PMDB pessutista deu o primeiro lugar a Requião com 4.919 votos, ou seja, mais de 37% dos votos válidos, enquanto que aqui em Curitiba o PMDB requianista deu o quarto lugar a Requião com 305.159 votos ou seja apenas 16%". E o ex-governador arrematou que somando tudo, é possível afirmar que Requião só venceu as eleições ao governo de 2002 e 2006 porque teve o apoio do PMDB pessutista, já que ele próprio era o candidato a vice na chapa que disputou as duas eleições. "Se Pessuti não estivesse ao lado de Requião e não trouxesse consigo a força e os votos do interior, tudo leva a crer que a derrota de Requião seria iminente” cutucou o ex-governador. (Roseli Valério)


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