Política e futebol
São duas paixões que se misturadas em geral dão problemas. Melhor então o ex-deputado Gustavo Fruet, que vai disputar a prefeitura de Curitiba no próximo ano, pensar bem a respeito da participação do ex-presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, em sua campanha. O fato da semana que misturou as duas coisas foi a escolha da proposta de Petraglia para concluir as obras na Arena da Baixada para a Copa de 2014. Com ele no comando, tudo deve estar pronto a tempo, disso ninguém duvida, nem o maior adversário do Atlético Paranaense. Mas Petraglia aproveitou a volta à cena e falou demais, se meteu (novamente) em política, anunciando por sua conta e risco (para Fruet) que pretende ser conselheiro na campanha para prefeito. Quer dizer, ficou implícito que se Fruet for mesmo para o PDT de Osmar Dias, com quem o atleticano desempenhou papel parecido. Fruet, porém, esclareceu que não tem nada resolvido, que não tem nenhum nome certo para a campanha, até porque antes de tudo precisar definir em qual partido irá se filiar. O ex-tucano admite que tem conversado com Petraglia e outras pessoas, mas de maneira informal. E que seu futuro partidário será decidido apenas por ele, sem interferência de terceiros.
Indispostos
Se a declaração do ex-presidente do Atlético dividiu opiniões entre os que defendem a candidatura de Gustavo Fruet para prefeito, o que resta de certo é que politicamente tornou adversários mais contundentes o governador Beto Richa (PSDB), que não se esforça para disfarçar que de Petraglia quer distância, posição compartilhada pelo prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), que o segue em tudo.
Sinuca
O resultado é que na campanha de 2012 Fruet não será poupado se Petraglia estiver na coordenação. O fato de ter sido do PSDB não será levado em conta, a disputa será ainda mais dura do que o previsto por conta disso. A questão é que Fruet vai precisar de pessoas como o dirigente atleticano para arrecadar fundos. E ele tem experiência, participou da coordenação financeira da campanha de Osmar Dias.
O sapo
Se do ponto de vista político o governador e o prefeito podem endurecer contra Fruet na campanha de 2012 por causa de Petraglia, o que ambos não podem fazer é dificultar o trabalho do atleticano em relação à infraestrutura do estádio para a Copa de 2014. Ele terá pouco tempo para preparar tudo e vai precisar da boa vontade de Richa e Ducci. Não se trata do Atlético, mas de Curitiba e o Paraná sediar parte dos jogos do mundial e lucrar com isso com o turismo e serviços.
Ver para crer
Só no início de outubro próximo para acreditar mesmo que o PTB paranaense, segundo tem dito o presidente estadual do partido, deputado federal Alex Canziani, passa por um processo de depuração, renovação e ampliação de filiados no Estado.
Coisas do PTB
De uma sigla que está sempre a reboque de outras, próxima do poder o tempo todo, independente de quem seja o mandante do momento, não se pode esperar grande coisa por conta das eleições municipais de 2012. No Paraná e no Brasil o PTB é assim, não disputa eleição majoritária, não arrisca, faz acordo com o lado que parece mais propenso a vitória. E se apostou mal, não tem problema, depois volta atrás e dá um jeito de alinhar-se ao poder.
Os planos
Nas eleições municipais de 2008, dos 399 municípios do Paraná, em apenas 24 os petebistas elegeram prefeitos, além de 279 vereadores. Canziani afirma que a meta do PTB na eleição de 2012 é fazer 30% mais prefeitos e vereadores. Enquanto isso, ferve o caldeirão do partido em Curitiba.
Não muda
Fábio Camargo, deputado estadual petebista, aquele que fala pelos cotovelos, disse que vai cobrar explicações formais de Canziani por que ele descartou uma candidatura própria à prefeitura da capital, alegando que o partido já teria um acordo fechado para apoiar a reeleição do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB). Eu não disse? Nas outras cidades grandes do Estado não deve ser diferente. Apenas os partidos aliados devem ser outros.
Registro
O caso é que Camargo, que já disputou o cargo em 2008, em campanha polêmica e inexpressiva, afirma com razão que qualquer decisão oficial tem que ser discutida internamente por todos e só vale se for referendada na convenção municipal em junho de 2012. Camargo faz oposição ao PSDB.
No papo
“Da maneira que foi formalizado o apoio, há rompimento do estatuto por deixar de ouvir a opinião de todos os envolvidos. Vou questionar esse posicionamento”. Mas, para não fugir a regra, Camargo disse que faria isso há mais de um mês e até agora ficou só na conversa.
Ameaças
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB) disse que as ameaças contra ele pioraram depois do anúncio, na semana passada, de que 90% das aposentadorias da Casa têm irregularidades. “Está ficando muito desgastante. Estou perdendo a tranquilidade”, admitiu. Rossoni avalia que as tentativas de intimidações estão diretamente ligadas à mudança de gestão.
Intimidações
Nos últimos dias o presidente da Assembleia teria voltado a receber ameaças de morte por meio de cartas. Pelo menos dez correspondências chegaram ao gabinete da presidência com teor considerado “grave” pelo Gabinete de Segurança Militar da Casa. Parte delas foi entregue à Polícia Civil, com o registro de um Boletim de Ocorrência.
Pois é
A troco de quê a esta altura fazer ameaças a Rossoni por causa da questão das aposentadorias? Se a intenção é intimidar, deveriam ter feito antes, da primeira vez que foi dito sobre a auditoria na concessão das aposentadorias, que aí sim poderia surtir efeito. Agora que Rossoni já divulgou tudo (exceto nomes) e a coisa toda está sendo analisada pelo Tribunal de Contas do Estado e a Paraná Previdência, não está mais nas mãos dele. É público, não dá para voltar atrás.
Polícia Militar
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Moraes (PSDB) pretende pedir ao governador a promoção “urgente” de sargentos e cabos da Policia Militar. Segundo o deputado, cerca de mil PMs aguardam a realização de concurso para a promoção. Em alguns casos, a medida irá acabar com uma espera de até 20 anos.
Só em tese
A promoção representa um aumento salarial médio de 8% a esses policiais. Mas, uma coisa é Moraes pedir, não faz mais do que sua obrigação, aliás, como deputado que preside a Comissão de Segurança Pública. Outra coisa bem diferente é conseguir que Beto Richa realmente autorize o concurso para a promoção. O problema é o percentual de aumento salarial. (Roseli Valério)
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