Golpe de mestre
Bem fez o governador Beto Richa (PSDB) em não ter nenhuma pressa para definir quem iria comandar o Escritório de Representação do Paraná em Brasília. Esta carta na manga serviu para uma grande jogada política com a recente nomeação do ex-deputado federal e ex-ministro Alceni Guerra, ex-DEM também para chefiar a “sucursal” do governo paranaense na capital federal. É que Alceni Guerra é um dos caciques do PSD, o partido em vias de criação pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab. O ex-ministro é liderança nacional e local do PSD, um dos seus fundadores. Com sua participação no governo Richa, aproxima seu partido em âmbito estadual do PSDB e, por extensão, da candidatura à reeleição do prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB), aliado número um do governador. Como o PSD está sendo formado no Paraná por parlamentares importantes do DEM, prefeitos e vereadores de vários partidos, desta miscelânea vai nascer forte e competitivo. Será um aliado nada desprezível já para as eleições municipais de 2012 e deve crescer em tamanho e importância até as eleições de 2014, o maior objetivo de Richa, que mata dois coelhos com uma só cajadada. E, de quebra, fez uma boa escolha para o Escritório do Paraná, que deve apresentar bons resultados depois da atividade pífia das chefias nos oito anos do governo peemedebista.
Insistência
É sabido que o governador havia convidado anteriormente Alceni Guerra para chefiar o Escritório de Representação, por coincidência quando o ex-ministro havia se decidido a sair do DEM e articulava junto com o deputado federal Eduardo Sciarra, que vai presidir o PSD no Paraná, a organização do partido no Estado e ajudava Kassab em outras regiões.
A crise
Na época Alceni pediu para pensar, sem um não definitivo. Agora ele justifica que aceitou ocupar o cargo porque existe uma crise e o Escritório do Paraná precisa de chefia para contornar a situação com a bancada federal do Estado. Trata-se do cancelamento sem consulta aos demais colegas, pelo deputado Fernando Giacobo (PR), de uma emenda coletiva.
A função
Experiente, o ex-ministro destaca que não pretende interferir nos assuntos dos deputados federais, que são autônomos e independentes quanto à atuação parlamentar. Ao Escritório que representa o governo do Paraná, caberá articular e indicar ministérios e órgãos para captação de recursos federais para o Estado.
Para emendas
Em particular, as fontes de recursos para projetos previstos nas emendas dos Estados ao orçamento da União que exigem uma contrapartida dos governos estaduais para que efetivamente sejam viabilizados. Isso exige trânsito e diálogo com os órgãos federais e a bancada federal, experiência que Alceni tem de sobra.
Convenções
Sábado e domingo de muita atividade política em Curitiba. Ontem o Democratas fez sua convenção municipal, hoje é a vez do PMDB. Este, aliás, fará convenções na capital e em mais 102 municípios paranaenses. Mas o imbróglio mesmo é em Curitiba por conta da intransigência do senador Roberto Requião quanto ao retorno de Gustavo Fruet ao partido.
Democratas
Para a convenção do DEM estava tudo acertado previamente ara confirmar o apoio à reeleição do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB). Com mais de um ano de antecedência o DEM se insere na coligação governista para as eleições de 2012. O acordo inclui a nomeação por Ducci do deputado estadual Osmar Bertoldi para a Secretaria Especial de Habitação. Em troca o DEM elege Bertoldi presidente para garantir o apoio ao prefeito.
PMDB
Quanto ao PMDB, o senador Requião apresentou chapa única para o diretório e se lançou candidato a presidente. A eleição para a Executiva será hoje mesmo, após a do diretório. E ainda que o deputado estadual Stephanes Junior se apresente como candidato adversário de Requião na disputa pela presidência, o senador tem maioria para se garantir.
Candidatura
O resultado da convenção deve apenas aprofundar o racha entre as principais lideranças. O grupo de Requião de um lado e todos os deputados estaduais e federais do partido (a exceção de João Arruda, sobrinho do senador), de outro. Os parlamentares querem o retorno de Fruet. Na convenção de hoje, orquestrado por Requião, o PMDB também apresenta oficialmente a pré-candidatura do ex-deputado Rafael Greca para a prefeitura de Curitiba.
Mulheres...
A provinciana Curitiba assistiu ontem a um movimento político quase espontâneo, realizado em outros países e outras capitais brasileiras, a Marcha das Vadias. A manifestação surgiu na cidade de Toronto, no Canadá, como repúdio à afirmação de um policial, durante uma palestra, de que as mulheres deveriam evitar se vestir como “vadias” para não sofrerem abuso sexual ou estupro.
Em marcha
Organizadoras do evento explicaram que o objetivo é chamar a atenção para a situação de que as mulheres são atacadas todos os dias e grande parte delas sequer chega a denunciar a agressão. Além disso, uma das causas defendidas pela Marcha é o respeito a liberdade de se vestir e se portar como quiser, sem medo de possíveis moléstias ou ofensas verbais.
Caladas
Mesmo sendo bastante divulgada e com a intenção de alertar para as agressões às mulheres, nenhum político confirmou presença ou se manifestou a respeito. Pior: nenhuma mulher com mandato (Curitiba tem vereadoras) e na Assembleia são quatro deputadas estaduais, se posicionou a favor. A que ponto chega o moralismo por conta do nome da Marcha. E são essas mesmas políticas que pedem votos para mulheres.
Para empresas
A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta semana a lei que autoriza a criação no Brasil da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada ou EIRELI. A nova categoria empresarial será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, que não poderá ser inferior a 100 vezes o salário mínimo. A lei, de autoria dos deputados federais Eduardo Sciarra, do Paraná, e Marcos Montes, de Minas Gerais, entra em vigor em 180 dias.
Impedir ‘laranjas’
Para Sciarra, a grande vantagem será eliminar a figura do “sócio fictício” ou “laranja”. “Como no Brasil essa modalidade de empresa não era permitida, muitas vezes o empreendedor criava sociedades de faz-de-conta, com um sócio minoritário que não decide ou nem chega a participar do negócio”, constata Sciarra.
Negócios
A empresa enquadrada na nova lei deverá ter a expressão EIRELI em seu nome jurídico, do mesmo modo como ocorre com as empresas limitadas (Ltda) e sociedades anônimas (S/A). Os registros serão feitos pelas Juntas Comerciais dos Estados. Para Sciarra, o projeto vai dinamizar e flexibilizar os negócios, inclusive como forma de impulsionar a economia brasileira. (Roseli Valério)
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