Bola da vez
Se o deputado Marcelo Rangel (PPS), presidente da CPI das Espionagens da Assembleia Legislativa estava certo ou não ao mandar prender o ex-diretor administrativo da Casa, Francisco Ricardo Neto, são outros quinhentos, mas o fato é que no final da noite de anteontem, algumas horas depois de ter sido detido, ele foi liberado pelo COPE. Como tinha previsto, aliás, o deputado Fábio Camargo (PTB), que em discurso no plenário acusou Rangel de “covardia”, entre outros ataques, por ter determinado a prisão do ex-diretor. O advogado do ex-diretor, Marden Esper, disse que “a cena” foi uma ação exclusiva para a imprensa que acompanhava a reunião da CPI, tanto que Rangel estaria usando maquiagem inclusive por causa de fotos e filmagens. Além de Camargo, pouco depois, em plenário, Rangel ouviu quieto mais críticas dos deputados Rasca Rodrigues e Roberto Accioli, do PV e de Nereu Moura (PMDB). Poderia ter defendido sua iniciativa, mas não o fez. Camargo, que é advogado e “bateu” mais, propôs a Rangel que ambos debatessem a questão em plenário, mas este declinou. Rangel disse estar certo que a medida não tinha sido arbitrária, mas legal.
Falar é fácil
Sugerir é fácil, achar uma forma de viabilizar a coisa é que são elas. Eis que ontem o deputado Mauro Moraes (PSDB), “defendeu” que os ex-governadores paranaenses devolvam os valores recebidos “indevidamente”. Não indicou, porém, de que forma se poderá cobrar a devolução do que foi pago.
Ainda não
Moraes se apressa em dizer que as aposentadorias são consideradas inconstitucionais. Não são, o Supremo Tribunal Federal ainda não julgou o mérito das ações ajuizadas pela OAB nacional. O deputado acha que o dinheiro deve retornar ao Paranarevidência, fundo responsável pelo gerenciamento previdenciário do funcionalismo público estadual.
De novo
“Quem recebeu indevidamente este beneficio sequer contribuiu com o fundo”, comenta, acertadamente Moraes. Para o deputado, a soma das aposentadorias pagas a quem, de acordo com a Justiça não tem direito ao beneficio, pode aliviar as contas do Paranaprevidência. De novo: qual Justiça? O Supremo é a maior e definitiva instância.
Mixaria
Que a devolução do que foi pago aos quatro ex-governadores – no caso seriam cinco, porque teria de incluir o tucano Álvaro Dias – pode aliviar as contas do Paranaprevidência, “que pode encontrar dificuldades no futuro para arcar com aposentadorias de quem de fato contribuiu”, diz o deputado, é um exagero. É só comparar: o rombo estimado no Paranaprevidência é de R$ 3,5 bilhões.
A conferir
Reza a lenda que a CPI dos Portos de Paranaguá e Antonina será instalada na Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira. Proposta pelo deputado Douglas Fabrício (PPS) a CPI pretende apurar irregularidades principalmente no terminal de Paranaguá. Pelos cálculos da Polícia Federal, R$ 8 milhões foram desviados do Porto de Paranaguá nos últimos anos.
Os primeiros
O porto continua sendo investigado pela PF, em operação conjunta com a Receita Federal sobre possíveis fraudes em contratos de prestação de serviço e desvios de cargas. O deputado Fabrício defende que todas as informações sejam amplamente divulgadas à população. Segundo ele, os ex-superintendentes do porto Eduardo Requião e Daniel Lúcio de Oliveira devem ser os primeiros a ser ouvidos pela CPI.
Certo ele
O governador Beto Richa (PSDB) mantém a diplomacia. Ontem recebeu integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Ouviu e falou. E prometeu pouco, talvez para ganhar a confiança do povo cabreiro do MST com um governo tucano.
Eles idem
Para resumir, pediram ao governador melhores condições de produção nos assentamentos e desenvolvimento social. O MST reivindica que é preciso gerar programas estaduais para as agroindústrias para poder agregar valor aos produtos comercializados pelas mais de 20 mil famílias assentadas.
Tem fila
Reunião da executiva nacional do PT ontem preferiu lavar as mãos quanto à crise envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Os dirigentes não vão apoiar publicamente o ministro, mas também não pedirão sua cabeça. Enquanto isso, dois nomes ligados ao Paraná surgem, no PT nacional, como possíveis substitutos de Palocci na Casa Civil: Paulo Bernardo, ministro das Comunicações e Gilberto Carvalho, titular da Secretaria-Geral do governo Dilma Rousseff.
Falou...
Desafetos internos de Paulo Bernardo foram que fizeram vazar a informação de que a senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT) pedira a saída de Palocci em um almoço oferecido a Lula, em Brasília, na semana passada. Deu certo a tentativa de constrangimento, já que Gleisi é mulher de Bernardo.
Não falou
Gleisi telefonou para Palocci para desfazer o que chamou de “intriga” com o objetivo de atingir Bernardo. A senadora teria dito no almoço com Lula, que perguntou ao ex-presidente até que ponto valia “queimar gordura” para defender Palocci por causa de um projeto pessoal do ministro, se ele não dava explicações sobre a evolução do seu patrimônio.
Diz ela
Para Palocci e para a imprensa, Gleisi negou ter pedido a saída do ministro. “Eu participei de uma reunião fechada na minha casa com a bancada do PT e defendi que nós tivéssemos todos os esclarecimentos sobre a situação de um fato pessoal que estava afetando o governo. Não defendi a saída do ministro Palocci”, reafirmou ontem. E disse ter certeza que Palocci vai dar “todas as explicações e esclarecimentos nos fóruns competentes”.
Cautela
Todos querendo saber no que vai dar e o presidente do Conselho de Ética da Assembleia, deputado pastor Edson Praczyk (PRB), se finge de morto. Não fala com a imprensa sobre o desdobramento do conflito entre os deputados Tadeu Veneri (PT) e Stephanes Junior (PMDB).
Gaveta?
O máximo que Praczyk concedeu foi afirmar que a questão está sendo analisada por três advogados. Por conta disso (e ao que parece pelo desejo de empurrar com a barriga para ver se a coisa se resolve sozinha), ainda não há uma previsão de quando o Conselho vai se reunir para analisar o caso.
Acusações
O próprio presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), admitiu que atrasou o processo na expectativa que a situação se resolvesse apenas entre os dois deputados. A história começou em 2 de maio, quando Stephanes Junior foi à tribuna e, entre desaforos, acusou Veneri de “embolsar” quase R$ 150 mil em verbas para despesas de gabinete no final de 2006. O petista encaminhou o caso ao Conselho.
Mais prejuízo
Depois do insucesso essa semana do irmão Maurício no Tribunal de Justiça do Paraná quanto à questão da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, agora foi a vez do próprio Roberto Requião (PMDB) se dar mal. Foi condenado pelo TJ a pagar R$ 60 mil de indenização por danos morais à publicitária Cila Schulmann, ligada ao grupo de Jaime Lerner.
O episódio
Cila processou Requião por acusações feitas em reunião da “escolinha” de governo, durante seu último mandato, transmitida pela Rádio e TV Educativa, sobre um suposto desvio de recursos públicos durante o governo Lerner.
A denúncia
Na tal “escolinha” Requião disse que José Richa Filho (irmão do atual governador), quando foi diretor no DER, teria dado um jeito de desviar R$ 10 milhões para caixa de campanha. Requião acusou que Cila teria sido intermediária no negócio. (Roseli Valério)
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