5 de fev. de 2013

PONTO PARA BETO EM CASCAVEL; GLEISI TENTOU IMPEDIR MANIFESTANTES; ROSSONI REBATE CLAYTON CAMARGO

PONTO PARA RICHA
Em Cascavel ontem cedo, a presidente Dilma Rousseff dividiu o palanque com os dois virtuais candidatos ao governo do Paraná em 2014, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do seu partido, e o governador tucano Beto Richa. Prestigiada pela presidente e pelo comando nacional petista para ser a candidata do partido, Gleisi não recebeu, porém, maiores referências da presidente. Richa é que foi elogiado por Dilma em discurso para políticos de todos os níveis e empresários do agronegócio que formavam a platéia. Mas antes de se referir a Richa diretamente, durante o discurso de abertura da feira agrícola Show Rural, a presidente afirmou que passou o tempo em que “o governante olhava para o governador ou o prefeito perguntando de que partido ele era”, provocando aplausos da platéia, em especial de dezenas de prefeitos que foram ao evento. “É uma visão absolutamente patrimonialista e oligárquica achar que o Estado ou os recursos públicos pertencem ao governante. Eles não pertencem ao governante. Eles pertencem ao povo desse país e é para ele que nós temos de olhar. Por isso fico muito feliz de fazer varias parcerias aqui com o governador e com os prefeitos”, acentuou Dilma. Ao lado do governador ela defendeu parcerias entre União, Estados e prefeituras. E mais a frente, para provável decepção dos petistas do Paraná acrescentou: “O governador Beto Richa tem sido um parceiro no desenvolvimento do Brasil. O Paraná é uma referência internacional nas práticas sustentáveis”.
QUEM DERA
Junto com o elogio ao tucano Richa, a presidente justificou que seu governo “jamais” olha para a opção política, religiosa ou “esportiva” dos prefeitos ou dos governadores. “Isso não pode ser critério para que façamos ou não parceria. Porque quem nos elegeu, que elegeu a mim, que elegeu os prefeitos e o governador tem um nome só. Não tem dois. Tem um nome. É o povo do nosso país. Os brasileiros e as brasileiras”, ela explicou.
INESQUECÍVEL
Sentado entre Gleisi e Dilma, o governador Richa também fez um discurso amistoso em Cascavel. Disse que a presidente é muito bem vinda ao Estado e bateu na tecla de sempre, fazendo referência velada a seu desafeto, o ex-governador e atual senador Roberto Requião (PMDB). “O tempo da truculência, das bravatas, da perseguição ficou no passado. Agora é unirmos esforços, darmos as mãos”, disse.
AFINADO
Depois de se repetir no início da falação, Richa cobrou maior investimento do poder público federal no apoio a produtores rurais. Destacou que, nos últimos anos, a agricultura tem “salvo a balança comercial do Brasil” ao registrar superávit nas exportações. “Da porteira para dentro, o produtor rural faz sua parte. Tem faltado a parte do poder público, com infraestrutura, transporte, logística e apoio técnico para aumentar sua produção e gerar ainda mais divisas para o Paraná e para o Brasil”, observou o governador.
SEMPRE PERTO
A presidente participou de manhã da entrega de 29 máquinas retroescavadeiras a municípios no oeste e no sudoeste do Paraná. Os equipamentos, que deverão beneficiar mais de 88 mil pessoas residentes nas áreas rurais, segundo o governo, foram adquiridos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) ao custo de R$ 4,1 milhões. Depois das 13 horas Dilma e comitiva foram para Arapongas para a inauguração de uma agroindústria e derivados que fica dentro de um assentamento do MST. Richa a acompanhou.
QUEM DIRIA
Enquanto estava em Cascavel, a ministra Gleisi teria tentado impedir que líderes dos produtores rurais entregassem um manifesto à presidente Dilma Rousseff, no Show Rural. O documento relata a invasão por cerca de 1.300 índios, de propriedades no Oeste do Paraná, pressionando para a demarcação de áreas acima de 100 mil hectares.
EM MÃOS
Ocorre que essas terras já são ocupadas por produtores rurais desde o início do século passado e estão titulados pelo governo federal. O manifesto foi entregue a presidente Dilma por conta da ação da presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu. Ela teria percebido o bloqueio da ministra paranaense e falou diretamente com Dilma. A presidente recebeu os líderes e determinou a Gleisi tratar do assunto com ela na próxima quinta-feira.
A RESPOSTA...
Ele deixou para o local e a hora certa: ao assumir ontem o segundo mandato na presidência da Assembleia Legislativa, o deputado Valdir Rossoni (PSDB), rebateu o presidente do Poder Judiciário, desembargador Clayton Camargo, que ao tomar posse na

sexta-feira passada criticou o Legislativo por não ter sido aprovado o reajuste das taxas dos cartórios.
A ALTURA
Durante o discurso de posse, Rossoni defendeu a “harmonia e a independência” entre os três poderes, apontando, porém, que esta independência não deve ser fruto do “medo”. E não teve pejo, como antes Camargo não havia tido, de citar como exemplo exatamente a questão do projeto para reajuste das custas judiciais.
PRATO CHEIO
O Tribunal de Justiça enviou para a Assembléia no início de dezembro de 2012 a proposta que, em algumas taxas, previa reajuste de até 100%. “Vamos respeitar os poderes, mas sem a necessidade de concordar”, observou o presidente do Legislativo. Deitou e rolou: “Nesta Assembleia, priorizamos a democracia da opinião pública”, arrematou.
AUSÊNCIA
Só não foi perfeito o troco dado por Rossoni a Clayton Camargo, porque o desembargador e presidente do TJ não compareceu, como é de praxe, a cerimônia que reinicia os trabalhos do ano na Assembleia Legislativa. E neste ano mais importante ainda por causa da posse da Mesa Diretora.
AUSÊNCIA 2
Naturalmente a ausência de Camargo chamou a atenção. Ele tirou de Rossoni o gostinho de poder fazer o mesmo que fez na sexta-feira quando da própria posse. Na ocasião o presidente do TJ, ao lado e olhando para o presidente do Legislativo, alfinetou-o por não ter colocado em votação o projeto das custas.
NA VEIA
Rossoni disse que a prudência deve marcar a discussão dos mais diferentes projetos, em especial a apreciação de projetos sem a devida discussão, oriundos de outros Poderes, mas que impactam substancialmente a vida dos paranaenses. Outra referência ao reajuste das taxas. E disse que a Assembléia não existe apenas para dizer “amém”.

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