PMDB: DAY AFTER
Apesar da disposição do vitorioso – é sempre mais fácil ter boa vontade – ao assumir a presidência do PMDB do Paraná, o deputado federal Osmar Serraglio, que afirmou ser sua “principal e primeira tarefa buscar a pacificação e unidade do partido” devido as eleições de 2014, o vídeo divulgado ontem pelo derrotado, o senador Roberto Requião, descarta a possibilidade de união entre as duas alas em que agora está dividido oficialmente o partido. “Nós somos muito fortes e esta força nossa é realmente independente da não divisão. Mas a primeira meta nossa é aparar as arestas. É esta reflexão que precisamos fazer dentro do PMDB”, defendeu Serraglio, talvez um tom acima do que o senador esperava do em geral diplomático deputado. Requião rebateu no vídeo: “O nosso partido está aderido ao governo do Beto Richa (...). Estamos agora organizando uma tendência dentro do PMDB para dar consequência a estes 44,7% que não concordam com a entrega do nosso partido. É a tendência do PMDB autêntico”. Com o percentual de votos feitos pela chapa do senador, teria direito a compor a nova executiva do partido. Mas Requião e seus aliados se recusaram a fazer parte do grupo escolhido para liderar o partido. No final do vídeo, o senador exibiu uma foto antiga em que aparece Osmar Serraglio entre o governador tucano Beto Richa e o ex-prefeito e hoje secretário de Estado Cassio Taniguchi. A foto mostra “o novo comando do PMDB”, provoca Requião.
DE FORA
A chapa encabeçada por Serraglio venceu a do senador por 289 a 220 votos e com este resultado, sua chapa elegeu 38 membros do diretório enquanto a de Requião elegeu 28 membros. Como o grupo do senador não quis participar, todo o diretório do PMDB paranaense está desde sábado 15, sob o comando da bancada estadual do partido e do ex-governador Orlando Pessuti e seus amigos.
OS CANDIDATOS
Serraglio reafirmou que ainda é cedo para definir a participação do partido nas eleições de 2014 e assegurou que não haverá nenhuma restrição a uma possível candidatura de Roberto Requião ao governo do Estado. Mas lembrou que não se deve esquecer que Orlando Pessuti também tem esta pretensão. “Todos percebemos que nesta caminhada ele se tornou também um vitorioso e precisa ser valorizado”, disse.
DE PESSUTI
Falando em Pessuti, a derrota de Requião foi música para seus ouvidos. “Primeiro o arrependimento, depois a confissão, seguida da penitência e, somente após, o perdão”, citou ele, imitando uma frase sempre repetida pelo senador para referir-se à possibilidade de que ele possa ter novamente voz dentro do partido após a convenção.
E MAIS
“Quem com ferro fere com ferro um dia será ferido. Em 2010, Requião foi com Osmar Dias (PDT) para derrotar o Pessuti. Hoje, em 2012, o Pessuti foi com o Osmar Serraglio para derrotar o Requião”, ironizou o ex-governador. Para Requião, no entanto, quem ganhou a convenção do PMDB foi o atual governador. “A chapa do Pessuti, Serraglio e deputados que ganhou a convenção do PMDB dava “vivas” ao Beto Richa na comemoração de sua vitória”, ele postou no twitter.
PARA GLEISI
Os prognósticos não se cumpriram: o resultado final foi apertado, portanto a divisão do PMDB é evidente. A derrota de Requião só vai acirrar seus ataques ao atual governo, como já se viu ontem no vídeo postado também no Youtube. Ao fim das contas, isso pode ajudar o grupo que defende o apoio peemedebista a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), na disputa pelo governo do Paraná em 2014.
SACRIFÍCIO
Cerca de 500 convencionais compareceram para votar. O deputado estadual Caíto Quintana, que tem quatro votos, saiu do Hospital Marcelino Champagnat, onde está internado, para votar. Uma urna foi levada por fiscais da Executiva do PMDB até o veículo em que estava Caíto, na frente do diretório. No site do partido, lista de nomes do novo diretório e executiva.
‘LIMPEZA’ GERAL
E parece que o objetivo da ala que agora comanda o PMDB vai mais longe. A intenção é defenestrar os requianistas de todos os diretórios municipais no próximo ano. Mudar os comandos dos que comungam com o senador. Em Curitiba, anteontem Pessuti foi “lançado” candidato a presidente do diretório municipal para tentar desalojar Requião do cargo.
RECADO DADO
O futuro prefeito disse que sua relação com os vereadores será republicana, “de respeito e diálogo”. E mandou o recado: “Não estou em busca de unanimidade. O que vou buscar é o diálogo com todos. Os vereadores serão valorizados na sua relação com a comunidade, mas não vou ‘comprar’ este ou aquele com cargos”. Fruet já se reuniu com os novos vereadores e esta semana irá se reunir com os que foram reeleitos.
FORAM AVISADOS
Marcada a primeira reunião do secretariado municipal para 4 de janeiro, o pedetista Fruet contou que orientou os que assumirão o cargo de que não pretende nenhuma medida de impacto no início do governo. Antes é preciso tomar pé de toda a estrutura administrativa. E avisou os convidados para compor sua equipe também, que pode exonerá-los caso não corresponda com suas expectativas. Disse que não pode dar margem à dúvida em relação a competência.
APESAR DE TUDO...
Os tucanos terão que engolir. Independente se o candidato é o ex-presidente Lula ou Dilma Rousseff, se as eleições presidenciais fossem agora, o PT seria eleito e já no primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha publicada anteontem pela “Folha de S. Paulo”. Lula e Dilma, têm no momento mais intenções de voto do que todos os possíveis adversários somados. Dilma vai de 53% a 57% e Lula teria 56% se disputasse a presidência.
OS DEMAIS
O Datafolha ouviu 2.588 pessoas em 160 cidades no dia 13. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa aponta que a ex-senadora Marina Silva, sem partido, teria percentuais de 13% a 19% conforme o cenário, enquanto o tucano Aécio Neves alcança de 13% a 17%. Ainda sem muito destaque, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, aparece em dois cenários com percentuais de 10% e 12%.
LAMBUZADOS
Sobre o secretariado do futuro prefeito de Curitiba, lideranças do PDT paranaense, como Léo de Almeida Neves, Wilson Picler e Silvio Sebastiani estiveram com ele para tratar da questão na semana passada. Foram sondar e levar nomes. Ao todo, uma lista de 250 “sugestões” para cargos chave na próxima administração. Quem nunca comeu melado...
COMO TANCREDO
Sugeriram ainda a criação de uma Secretaria Municipal de “relações com a comunidade”. Só pelo nome da pasta já se pensa automaticamente em cargos para acomodar políticos. E, claro, apresentaram um nome para comandá-la. Fruet, feito mineiro e/ou tucano nessa hora, não se comprometeu. De posse da lista, observou que dentre os nomes citados, havia muitos que, por sua vez, já tinham indicado outros nomes para compor a futura administração.
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