29 de abr. de 2012

Policiais militares são contra a PEC e querem discutir os projetos do governo


Depois de meses de espera, PMs e bombeiros não aprovam os textos vão mostrar aos deputados os problemas

         O governador Beto Richa (PSDB) terá novamente que contar com a lealdade da sua base aliada na Assembléia Legislativa se quiser que sejam aprovados os quatro projetos de lei tratando sobre a implantação do subsídio para os policiais militares e bombeiros e a Proposta de Emenda Constitucional, PEC, que acaba com a exigência de curso superior para ser policial militar. A proposta não está sendo bem aceita pelos PM's, que acusam o governo de retrocesso e de querer manter os salários baixos sob alegação de não exigir formação superior. 
         Dirigentes de entidades que representam bombeiros e policiais já marcaram uma audiência pública para a próxima quarta-feira, 2, na Assembléia Legislativa,  para discutir sobre os projetos que tratam do subsídio e a PEC. Querem apresentar aos deputados os problemas que detectaram nos textos e que supostamente prejudicam suas reivindicações e negociações que vinham fazendo com o governo desde novembro do ano passado. No caso da emenda constitucional, ela acaba com a exigência de curso superior para ingressar na Polícia Militar do Paraná, que consta da Emenda Constitucional 29, promulgada em 2010.
                                   
Diferença salarial
         Sobre a PEC o entendimento é de que ela está ligada diretamente à questão salarial. É vista como sendo interessante ao governo que seja excluída a exigência de curso superior para os policiais e bombeiros, já que os vencimentos do funcionalismo estadual são baseados na formação do servidor e, por conta disso,  a histórica diferença salarial entre a Polícia Militar e a Polícia Civil  poderá ser mantida  com maior facilidade. Sem a exigência de formação superior para a PM, a obtenção de salários maiores será mais difícil. Para representantes dos PMs o governo teria "premeditado" a PEC, pois não teria feito a equiparação salarial na proposta de subsídio para a Polícia Civil, já considerando que o curso superior não seria mais exigido.  
         "A Emenda 29 foi amplamente discutida com toda a sociedade paranaense em diversas audiências públicas e aprovada por unanimidade na Assembléia. Uma PEC para derrubar a exigência de curso superior fere os interesses de toda a população e também do governo, porque ele não pode ir contra os interesses da sociedade e impedir a evolução do sistema de segurança pública", reage o coronel Eliseo Furquim, presidente da Associação  dos Direitos dos Policiais Militares Ativos e Inativos, Amai, ligada ao oficialato da corporação. 
             O governador Richa enviou anteontem à Assembléia a PEC e outros quatro projetos de leis ordinárias que alteram e regulamentam o conteúdo da Emenda Constitucional 29 em relação às carreiras profissionais ligadas à área da segurança pública. Além de PMs e bombeiros, a nova proposta sobre o subsídio regulamenta e detalha em lei o pagamento da remuneração mensal por meio dessa modalidade também para a Polícia Civil e Polícia Científica. A medida incorpora o salário-base e todas as gratificações e verbas em uma remuneração única.  



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