Confesso minha surpresa ante o Brasil de hoje por determinadas circunstâncias empurradas goela abaixo do público como se fossem, de fato, expressão mais legítima da verdade de todo o nosso povo. Enlevados por situações que há muito tempo se admitem nos grandes centros do país, importadas que foram do exterior onde já se identificam em determinadas e grandes metrópoles, a televisão, principalmente a Globo com suas telenovelas, vem convencendo os brasileiros sobre um tipo de comportamento que dizem representar o progresso. Foi assim quando começaram a minar a família brasileira ditando regras importadas para facilitar a promiscuidade dos casamentos através de uma lei do divórcio que tornou oficial as separações e desquites que já eram figuras identificadas claramente na legislação brasileira. Mas não era o suficiente, e através de Nelson Carneiro, deputado da época, tornaram realidade o divórcio como se fosse a maior conquista de todos os tempos de um mundo que começava a se globalizar.
Dali para frente a coisa degringolou e os usos e costumes dos outros se tornaram bandeira de uma sociedade que, pela hipocrisia, aceita tudo e pouco discute, sequer lembrando em quem votou no último pleito. E vieram as novidades que explodiram em situações que as telenovelas passaram a mostrar, embutindo em nossa juventude cenas que se eram comuns em São Paulo , Rio de Janeiro e outras grandes cidades, não se coadunam com os costumes de centros menores, mas que foram gradativamente se moldando a nova realidade.
O consumo de drogas aumentou, a facilidade do sexo tornou a mulher uma verdadeira mercadoria, e o casamento descambou a tal ponto que nossa juventude tornou costume experimentar a companheira por um tempo para daí sim, se tudo der certo, chegarem aos finalmente, isto é, ao casamento. Isso quando chegam à situação de papel passado, já que em termos de sacramento do matrimônio, infelizmente, perdeu-se o costume mesmo que a família, por meio dos exemplos, busque convencer que é católico de carteirinha. Mas tem suas restrições. A camisinha passou a ser motivo de propaganda e hoje até nos horários tradicionais da juventude as cenas tornaram-se mais avançadas, mostrando o sexo como uma mercadoria de consumo que precisa ser aproveitada ao máximo.
E chegamos a dois outros novos estágios onde o próprio articulista tem preocupação em se manifestar contra, pois qualquer coisa uns e outros admitem como preconceito e são capazes, até, de promover ações que chegam à Justiça como se aqueles que não comungam do mesmo pensamento são verdadeiros criminosos. É o caso, por exemplo, destes casamentos entre pessoas do mesmo sexo, que virou uma questão polêmica na própria área judiciária, colocando juiz de primeira instância em situação frontal com o Supremo Tribunal Federal que uns e outros imaginam capaz de tudo, inclusive de passar por cima da Constituição, lei maior que deveria ser devidamente respeitada.
Polêmica à parte, vamos ao motivo maior deste comentário e que dá justamente título a mensagem desta semana. Afinal, a luta é pelo direito à livre expressão ou a livre utilização da maconha? Tudo começou timidamente e de repente foi tomando conta do noticiário, mesmo sabendo que a maconha hoje perdeu seu lugar para o crack e outras drogas mais utilizadas pelo público em geral. Uns poucos lançaram no ar a ideia de uma livre manifestação a favor da maconha e atingiram os objetivos porque provocaram uma reação popular que não se imaginava. Marchas tomaram conta de nossas ruas e a juventude, principalmente, usada mais uma vez como massa de manobra, esparramou-se pelos confins do Brasil defendendo a liberdade de expressão, palavras que disfarçaram na verdade uma marcha a favor do consumo livre da maconha. No fundo, no fundo, não é uma luta pela livre manifestação, mas pela livre utilização da droga. Pelo menos é assim que tentam confundir as coisas, empurrando goela abaixo dos incautos uma situação com a qual precisamos estar atentos antes que o problema bata à nossa porta e atinja a juventude que nos rodeia.
Foi por isso que, como disse a princípio, confesso-me surpreendido pelo que vem ocorrendo no Brasil e no mundo nos últimos tempos. Tudo bem que o mundo globalizou, e que precisamos ficar atentos com a janela do mundo a fim de não nos perdermos com a realidade que avança por segundos e surpreende quem não ficar de fato bem ligado com aquilo que a mídia nos conta, baseado na observação dos quatro cantos do mundo.
Mas uma coisa, porém, precisa ficar bem clara. Essa história de livre manifestação não tem nada a ver com livre utilização. Que as coisas se tornem cada vez mais claras e nos permitam, inclusive, usar a liberdade de manifestação para registrar nossa contrariedade em relação a coisas que dizem precisamos nos acostumar, porque isso é estar de acordo com o mundo moderno em que vivemos. (Luiz Fernando Fedeger)
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