24 de jun. de 2011

HUMOR: Vocação para artista

Na corrida até o banheiro depois de um feriadão que permitiu esbanjamento de comidas e bebidas, é natural que a divagação nos leve a lembranças destes seis primeiros meses de 2011 que já nos colocam próximo a virada do primeiro semestre. Meditando com o papel higiênico, missão a que diariamente me submeto, como todo ser humano, deixei por algum tempo a lembrança de minhas preocupações com o dia a dia, levado pela preocupação de tentar descobrir quem era aquele personagem da mesa de decisões maiores de nosso estado, situação que descobri e já identifiquei em outra página na última edição, revelando uma eminência parda que encerrou os ditos episódios.

Mas vou agora me preocupar com outras coisas enquanto olhando o quadradinho do papel higiênico onde deposito minhas elucubrações mais sérias no momento em que, sentado ao trono, dou vazão à realidade de um corpo que é uma verdadeira máquina que tem válvula de escape para esgotar tudo aquilo que nos alimenta. E nesta semana em que lia os jornais, para minha surpresa, não vi nem o nome e nem fotos do artista que nos últimos tempos levou os paranaenses, a cada curto espaço de tempo, a defrontar-se com um personagem que ficou mais conhecido que o próprio papel higiênico que nos obrigamos a usar todos os dias.

Claro que estou falando do Valdir Rossoni, aquele cara que nove entre dez paranaenses deparou nos últimos tempos quase que diariamente com notícias e fotos do dito cujo, com aquela cara vermelha a revelar mais um show do Circo dos Horrores que montou em pleno Centro Cívico. Hoje, lembrando tudo que já vi, assisti, li e ouvi a respeito de Rossoni e seus feitos, chego à conclusão de que o cara é muito mais do que um político. O cara é um verdadeiro artista!

(Foto - Denis Ferreira Neto)

Ele sentiu que o público gosta de espetáculos, por mais que a ficção de terror possa apresentar, e nos premiou desde o início do ano com shows quase que diários ocupando as manchetes e revelando situações inusitadas. Eram fantasmas, aviões, veículos, funcionários, comissões e deputados sendo projetados com uma velocidade máxima que mal dava tempo da imprensa dar cobertura, pois mal terminava um show começava outro.


Claro que exposição em excesso esgota e não há saco que aguente. Por isso, meditando com o papel higiênico chego a uma inevitável conclusão: esse tal de Rossoni é mesmo um artista. Um artista da política que daqui a pouco verá seu repertório finalmente esgotado e caindo no abismo do ridículo tanta foram suas exposições nos últimos tempos.

(Foto - Olho Aberto Paraná)

Até que isso ocorra, contudo, precisamos suportar com paciência as exibições do Circo de Horrores que o dito cujo montou ali no Centro Cívico, pois imaginação é o que não lhe falta. E, além do mais, até o senso do ridículo perdeu com tanto exibicionismo que daqui a pouco, felizmente, olhando-se no espelho e vendo a cara de palhaço desbotada pelo tempo e o excesso de atuações, vai chegar à conclusão de que o repertório esgotou e o público, mesmo da mais desequilibrada arquibancada, vai negar-lhe os aplausos que serão transformados em vaias, identificando o artista que esqueceu a hora de pendurar as chuteiras. Ou melhor, de sair do palco deste Circo dos Horrores que ninguém mais está aguentando.




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