Se Orlando Silva era tão bom, por que saiu?

Tem coisas difíceis de entender.

Orlando Silva deixou o Ministério do Esporte recebendo os maiores elogios, desde a presidenta Dilma até o novo ocupante da pasta, o também comunista do Brasil Aldo Rebelo.

Se era tão bom o Orlando Silva, conforme a cerimônia de ontem, por que saiu?

Essa é a pergunta que continua ressoando em todo o país, achando os brasileiros que é mais uma forma de debochar da inteligência do povo, pois ficou amplamente sabido que o mesmo desembarcou do cargo por conta de uma série de irregularidades confirmadas em repasse de verbas federais para ONGs que atuam na área do esporte. (Foto: José Cruz - ABr)

Gomyde subiu no telhado?

Ricardo Gomyde, vice-presidente do PCdoB em nosso estado, passou a ter seu nome mais especulado como candidato a desembarcar do cargo de assessor especial no Ministério do Esporte. Aldo Rebelo, novo ministro, que embora tenha sido seu padrinho de casamento, segundo comentam, estaria com sérias preocupações de fazer algumas mudanças solicitadas por Dilma Rousseff de troca geral nos dirigentes do ministério que eram ligados ao ex-ministro Orlando Silva, caso do paranaense.

MINISTÉRIO DO ESPORTE: Universidade do Professor tem que devolver R$ 7,5 milhões

É o valor do convênio com o então secretário da Educação Maurício Requião; Paraná Esporte foi outra beneficiada

Maurício Requião

O cerco está se fechando e inclui também o Paraná. Entidades, governos estaduais e prefeituras que firmaram convênio com o Ministério do Esporte, de 2006 até o primeiro semestre deste ano, terão que devolver ao governo federal R$ 49,19 milhões. Esse dinheiro corresponde ao total de 67 convênios do ministério com essas entidades, segundo a Controladoria Geral da União (CGU). O maior pedido de ressarcimento, de R$ 7,5 milhões, é contra uma instituição do Paraná, a Universidade do Professor.

Maurício Requião, irmão do ex-governador e atual senador Roberto Requião (PMDB) era o secretário de Estado da Educação na época do convênio com o ministério. Na avaliação da CGU, que determinou o ressarcimento aos cofres da União, em todos os convênios os recursos foram mal gastos e não houve comprovação dos investimentos.

O Paraná também aparece com problemas em outra área do Ministério dos Esporte. Trata-se do programa Segundo Tempo, que tem como objetivo promover a inclusão social de crianças e adolescentes por meio do esporte. O Paraná Esporte, que já foi presidido pelo comunista Ricardo Gomyde, foi a quinta entidade que mais recebeu recursos do Ministério do Esporte via Segundo Tempo. Foram R$ 4,7 milhões entre janeiro e junho do ano passado. O objetivo do Paraná Esporte é dar atendimento a quase 42 mil crianças e adolescentes com idade entre sete e 17 anos, em situação de risco social, ocupando o tempo ocioso com atividades diárias do esporte educacional no contra – turno escolar.

Neste ano o Segundo Tempo recebeu no primeiro semestre mais do que o dobro de recursos em comparação ao mesmo período de 2010. Entre janeiro e junho do ano passado, o Ministério do Esporte desembolsou R$ 47,7 milhões no programa, enquanto neste ano foram R$ 108,1 milhões. O montante pago no primeiro semestre, a exemplo de 2010, contemplou também entidades ligadas direta ou indiretamente ao partido do ministro Orlando Silva, o PCdoB. Das cinco entidades mais beneficiadas pelo ministério via Segundo Tempo, três têm ou tinham relação com o partido. No ano passado, por exemplo, nos seis primeiros meses, cerca de R$ 17 milhões foram para as três. (Roseli Valério)