Na Assembléia, as acusações de Kielse envolvendo outros deputados provocam iniciativas formais
A sessão foi agitada ontem na Assembléia Legislativa por dois pedidos de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) e pela comunicação de entrega ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Polícia Federal, de pedido para que seja aberta investigação para detectar se realmente existe alguma irregularidade envolvendo as concessões de pedágio no Paraná. Uma das CPIs é para nova investigação sobre as concessionárias e os contratos de pedágio no Paraná, e o pedido de investigação pelos MPs e a PF é de autoria do deputado Ney Leprevost (PSD). A outra CPI é para investigar as pesquisas eleitorais no Paraná, principalmente as realizadas pelo Ibope. A destinação dos recursos públicos investidos nas obras da Copa do Mundo de 2014 no Paraná é o tema de investigação da CEI.
Por causa das denúncias do deputado Cleiton Kielse (PEN) na segunda-feira 15, de que a cúpula da Assembleia Legislativa estaria fazendo lobby em defesa das concessionárias de pedágio, vários deputados decidiram pela criação da CPI. O pedido de instalação de nova investigação foi anunciado ontem em plenário pelo deputado Nelson Luersen (PDT), reagindo às acusações de Kielse, de que parlamentares e o procurador-geral da Casa estariam agindo para evitar as investigações sobre as empresas que exploram o pedágio no Paraná.
Valdir Rossoni (PSDB), presidente da Assembleia, um dos deputados acusados por Kielse, disse que irá assinar o requerimento para a criação da CPI e que se depender dele, será instalada em breve. Sobre a CPI proposta por Kielse em 2011 e cuja instalação foi negada, Rossoni afirmou que não tinha as 18 assinaturas, o mínimo exigido pelo Regimento da Assembléia. Negou que tenha obstruído "por não poder instalar CPI com 15 assinaturas”. No ano passado, mais de 18 deputados assinaram, mas depois retiraram suas assinaturas do requerimento, entre eles Leprevost.
Para se justificar, Leprevost disse que retirou porque o pedágio já havia sido tema de investigação em CPI anterior na Assembléia. “Não sou contra investigarem o pedágio. Porém, tenho convicção de que investigações sobre quaisquer assuntos devam ser feitas por quem tem credibilidade e idoneidade para executar a tarefa sem arroubos midiáticos, vendetas políticas, ou interesses gananciosos”, provocou o deputado do PSD.
Nos pedidos de investigação que o deputado Leprevost protocolou nas três instituições, ele quer que seja apurado se algum deputado ou autoridade paranaense de qualquer esfera obteve vantagens monetárias para acobertar investigações sobre o pedágio e se existe envolvimento de algum membro da Assembléia Legislativa do Paraná com grupos organizados para achacar as concessionárias de pedágio “criando dificuldades para vender facilidades”. Leprevost foi um dos acusados pelo deputado Cleiton Kielse (PEN) de ter recebido doação de R$ 1 milhão para sua campanha, de empresa que fez obras para as concessionárias de pedágio. Ele negou, disse que a doação foi pessoal, não da empreiteira e mostrou sua prestação de contas da campanha onde consta o valor e os doadores.
Ibope e Copa
Partiu do deputado Reni Pereira (PSB), eleito prefeito de Foz do Iguaçu no dia 7 passado, a iniciativa de criar a CPI para investigar as pesquisas. O deputado se sentiu “vítima” do Ibope que, na véspera da eleição divulgou sondagem em que seu principal adversário, Chico Brasileiro, do PCdoB, havia “virado” a disputa e seria eleito. Reni teve apoio de 23 deputados que assinaram o requerimento da CPI por causa de erros nas eleições de vários municípios do Paraná, em Curitiba inclusive. O deputado explica que o objetivo é na investigar as possíveis fraudes nos resultados das pesquisas divulgadas pelo Ibope, Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. A CPI das Pesquisas será composta por sete membros, com prazo de 180 dias para realizar seus trabalhos.
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