29 de mar. de 2012

Governador e prefeito devem apoiar liberação de bebidas


Copa do Mundo

Com maioria na Assembléia e na Câmara de Curitiba, ambos podem garantir à Fifa venda de álcool nos estádios.

Em sessão polêmica por causa das bebidas de álcool, no final da tarde de ontem o plenário da Câmara Federal começou a votar a Lei Geral da Copa. No Paraná o governador Beto Richa (PSDB), boa parte dos deputados estaduais e o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), acompanhavam os debates com expectativa porque a capital será uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014. O governo e a prefeitura vêm sinalizando que se for deixada mesmo para os Estados a decisão de liberar ou não a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, lei estadual e lei municipal devem ser aprovadas permitindo o consumo.
Na Assembléia Legislativa Richa tem maioria tranquila para aprovar projeto autorizando a comercialização durante a Copa do Mundo, mesmo que os deputados evangélicos da sua base aliada excepcionalmente não votem com o governo. Na Câmara Municipal Ducci tem maioria ainda mais folgada, votam com ele 31 dos 38 vereadores. Permitir o consumo de bebidas alcoólicas é uma das exigências da FIFA para a realização do mundial em qualquer país que for sede.
Durante a semana, o deputado Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembléia, deu a entender que quando da votação de projetos que pretendam impedir a comercialização, a orientação será para que a base aliada vote contra. O oposto, na votação de projeto liberando o álcool nos estádios, será "recomendado" aos governistas para votarem a favor. A preocupação de Richa e de Ducci é com o risco de Curitiba perder o direito de sediar pelo menos a fase inicial da Copa de 2014, como já está acertado, por causa da proibição de bebidas alcoólicas. Outras capitais que não serão subsedes, mas em condições de atender todas as exigências da FIFA, podem se oferecer para substituir Curitiba.

Pró e contra
Segundo o líder do governo, ainda não há uma posição oficial de Richa, mas não existe dúvidas quanto ao governo do Paraná estar disposto a cumprir todos os compromissos exigidos pela Fifa para manter a capital como subsede. Traiano, apesar da cautela em função da polêmica, foi claro. "O que for da responsabilidade dos Estados será cumprido no Paraná. O governador diz que cumprirá integralmente os compromissos assumidos com a Fifa", garantiu.
As resistências, porém, já começaram. Projeto do deputado Leonaldo Paranhos (PSC) já tramita na Assembléia desde segunda-feira proibindo a comercialização e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios e arenas do Estado, inclusive durante a Copa. Na Câmara Municipal, o vereador Tico Kuzma (PSB) apresentou proposta semelhante. "Pessoalmente defendo que devemos liberar sim, a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, desde que tenha controle", disse o líder do governo.
Ontem, pouco antes do plenário da Câmara Federal iniciar a sessão, o presidente Marco Maia disse que poderia mesmo ser aprovado o texto original do governo federal sobre a Lei Geral da Copa (PL 2330/11), que é omissa sobre as bebidas, deixando essa negociação entre a Fifa e os Estados que têm legislação que proíbe a venda de bebidas. "Há uma construção sendo feita nesse momento para se chegar a uma proposta única a ser apoiada. A expectativa é que se possa votar o texto original enviado pelo governo", disse Maia.

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