11 de nov. de 2011

O PLÁ: A mídia impressa e a comunicação digital

Antes que o modelo de um entre em rota de colisão com o outro, a própria imprensa resolveu discutir de modo positivo e necessário a nova situação que se apresenta no universo da comunicação.

De repente acordamos para uma realidade que depois de uns 15 anos passou a desafiar de modo contundente os responsáveis por organizações de imprensa que se espalham pelo país, ao mesmo tempo em que os colocou frente a frente com as chamadas redes sociais que passaram a ser ocupadas não apenas por jornalistas, mas por blogueiros que no particular também discutem suas situações de sobrevivência.

Há alguns dias, em São Paulo, um seminário promovido pela Associação Nacional dos Jornais discutiu os desafios da comunicação social em tempos de Twitter e Facebook, chegando a interessantes conclusões.

Enquanto isso, blogueiros de todo o país uniram-se em discussão sobre as redes sociais em Foz do Iguaçu, com a presença de atuantes do setor vindos de outros países e trazendo suas experiências, todos procurando chegar a um diálogo comum que lhes permita, digamos, um código de sobrevivência.

No Brasil da atualidade, justamente pela demora em chegarmos a este patamar de desenvolvimento na área da comunicação, o que só ocorreu em sentido comercial falando da internet há uns 15 anos, o assunto é contagiante e como bem disseram tem gerado mais perguntas que respostas.

E o comportamento ético dos profissionais passou a ser discutido de forma mais ampla por envolver não apenas o aspecto empresarial, mas do profissional de imprensa que atua sob ordens em uma organização de mídia impressa e no particular desempenha um papel nas redes sociais completamente diferente, causando com isso alguma confusão até para que se entenda realmente o que vem acontecendo.

A inversão de valores causa estragos e muitas vezes confusões, motivando inclusive que 40% dos jornais no país já tiveram problemas ou mal entendidos decorrentes da participação dos jornalistas nas redes sociais, tanto que 9% dos jornais já demitiram profissionais por problemas com as redes sociais na internet.

Evitando que a palavra censura passe a ditar normas de comportamento de um e outro lado, é preciso que a comunicação digital se entenda com a mídia impressa, que pela tradição vem mostrando ter maior credibilidade justamente pela atuação acumulada durante muitos anos, enquanto a comunicação digital está chegando agora em um pedaço dos mais cobiçados.

Não é e não será fácil administrar a atual situação e o comportamento ético dos jornais imposto pelas mídias sociais ainda vai motivar muitas discussões, já que no momento sobram perguntas para todos, empresários, jornalistas, blogueiros e usuários em geral da rede que encostou os jornais impressos contra a parede por causa da internet.

Os tradicionalistas vão continuar preferindo folhear os jornais em suas mãos, embora não se possa desprezar que o progresso que gerou inúmeros equipamentos permita que este mesmo folhar continue avançando digitalmente, facilitando ainda mais o público para tomar conhecimento via internet daquilo que está acontecendo no mundo.

Assim, em uma discussão que vai se avolumando e nos leva, os mais antigos, a se adaptarem a nova realidade, é preciso ter os pés no chão e respeitando os limites que se impõe por regras particulares de cada um em suas respectivas áreas, encontrar caminhos que permitam uma convivência cada vez melhor e positiva para o público em geral.

Mais do que nunca, o diálogo entre mídia impressa e comunicação digital precisa se acentuar e, sem qualquer preconceito de um e de outro, sem discussões vazias e ignorantes daquilo que nos reserva o futuro, chegar a um resultado prático que seja bom para os dois lados.

E o que é mais importante, para o público em geral, que em última análise é o nosso verdadeiro fim. (Luiz Fernando Fedeger)


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