O presidente mundial da Renault, Carlos Ghosn, criticou publicamente o senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião (PMDB) durante a cerimônia para anúncio dos investimentos de R$ 1,5 bilhão na expansão da fábrica em São José dos Pinhais (PR).
Segundo o executivo, durante os oito anos do governo do peemedebista, ele nunca foi recebido para uma reunião ou encontro com objetivo de discutir investimentos da empresa no Estado. “Não fomos bem tratados [pelo governo do Paraná] nos últimos oito anos. Nesse período, visitei a fábrica todos os anos e nunca encontrei o [ex] governador. Agora, vamos ficar queridos no Paraná”, disse, rasgando seda para o atual, Beto Richa (PSDB), que em agosto visitou a sede da empresa na França. De acordo com Ghosn, os “maus-tratos” foram frequentes e chegaram a gerar dúvidas sobre o investimento ser ou não feito no Paraná. “Outros quatro Estados [Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e São Paulo] disputavam a fábrica da Renault, mas depois decidimos ficar aqui”, disse.
Carlos Ghosn queimou ainda mais o filme de Requião. Disse que havia restrições dos acionistas porque o governo do Paraná “da gestão anterior” jamais o tinha recebido para conversar. “Agora encontramos apoio incondicional do Estado para investir”, arrematou. A empresa vai ampliar a produção, implantar um centro de pesquisa e engenharia e pretende lançar 13 novos modelos para abocanhar 8% do mercado nacional até 2015.
Richa aproveita
Claro que o governador Richa aproveitou a deixa. Disse que a visita que fez à empresa em Paris e a solenidade no Palácio das Araucárias anteontem serviram também como uma forma de retratação do Estado em relação à postura adotada pelo governo de Requião. “Quero fazer aqui um gesto de desagravo pelos maus-tratos que a Renault sofreu e resgatar a confiança da empresa no governo paranaense”, afirmou.
Requião reage
E ontem o senador Requião comentou em seu twitter a fala de Ghosn: “Presidente da Renault reclama de meu governo, não sou empregado da montadora e sim represento o povo do Paraná. Aproveite o Beto agora.”. (Roseli Valério)
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