12 de ago. de 2011

Governador Richa convence tucanos e garante todos peemedebistas na base

Agora, dos 54 deputados, apenas os sete do PT fazem oposição ao governo tucano, já de olho na reeleição em 2014. Como fez com a Câmara Municipal de Curitiba quando foi prefeito, o governador Beto Richa (PSDB) conseguiu agora isolar ainda mais a bancada do PT, a única que faz oposição a sua administração na Assembléia Legislativa.

Em jantar anteontem, ele convenceu os deputados tucanos a aceitar toda a bancada do PMDB na Casa como parte dos aliados do seu governo. Os peemedebistas vão se afastar de vez do papel de oposição que deveriam desempenhar em função do resultado da eleição de 2010, quando apoiaram o adversário de Richa na disputa para governador.

O líder da bancada governista na Assembléia, Ademar Traiano (PSDB), falava em nome dos colegas quando resistia aos pedidos de Richa para que os 13 deputados do PMDB fossem recebidos sem reservas na base aliada. Poucos mais de sete meses após assumir, o governador finalmente obteve a garantia de que a adesão da bancada peemedebista não irá provocar conflitos. Até então, Traiano alegava disputas regionais entre deputados do PMDB e os tucanos e de outros partidos aliados, que atuam junto ao mesmo eleitorado. A intenção era evitar benesses para os peemedebistas nas bases eleitorais dos demais.

Mesmo sem a garantia de não sofrer resistência, boa parte da bancada do partido do senador Roberto Requião - para contrariedade dele – já vinha votando com o governo Richa desde fevereiro último. Agora, com a adesão total, somente os sete do PT e um ou outro deputado "independente" entre os 54, fará oposição ao governo. “Não tem como dizer não. Na vida política você tem que superar todos os dias e ‘engolir sapos’. Fala mais alto o projeto do governador”, admitiu Traiano. O presidente da Assembléia e vice-presidente do diretório estadual do PSDB, Valdir Rossoni, também foi pragmático. “Isso (disputas regionais) para nós está superado. Se o governador deseja e o PMDB achar que deve vir para a base, nós concordamos”, afirmou. Rossoni revelou que as negociações para trazer o PMDB para o governo começaram há dois meses. "Acho que agora é questão de horas para que aconteça", previu ele.


A manobra

Por coincidência, as negociações para a adesão em bloco dos peemedebistas começaram quando o governo enviou para a Assembléia o projeto que instituiu e amplia a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar). Mas Richa não está interessado apenas no voto peemedebista no plenário do Legislativo, com ou sem eles não enfrenta maiores dificuldades para aprovar matérias de interesse de sua administração. A estratégia do governador é amarrar os peemedebistas - e a bancada estadual historicamente tem poder no partido - para apoiá-lo quando disputar a reeleição em 2014. Com o PMDB a seu lado, vai complicar a disputa para a ministra petista Gleisi Hoffmann, que deve ser sua principal adversária.

Antes do sinal verde dos aliados na Assembléia, dos 13 peemedebistas na Casa, sete já tinham aderido ao governo, um deles, o ex-líder do governo Requião, Luiz Cláudio Romanelli, é secretário de Estado do Trabalho. Quem resistia eram os deputados Caito Quintana, Nereu Moura, Anibelli Neto e Waldyr Pugliesi. Nereu Moura argumentou que os deputados estaduais do partido se sentiam “abandonados” pelo PT. O presidente do diretório estadual petista, também deputado Ênio Verri, rebateu declarando que "isso de abandono" não existe e que seria uma desculpa dos peemedebistas para justificar a adesão de toda a bancada ao governo tucano. (Roseli Valério)

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