Só falou bem
Provavelmente para desagrado do senador Roberto Requião (PMDB), desafeto número um do ministro das Comunicações, o diretor afastado do Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antonio Pagot, saiu em defesa ontem de Paulo Bernardo, em depoimento à Comissão de Infraestrutura do Senado. Pagot negou que Bernardo, quando ministro do Planejamento, tenha feito pedidos a ele para fazer aditamentos em obras do Dnit. Antes, declarações atribuídas a Pagot por aliados seus do PR (o partido), davam conta de que o ministro teria feito pedidos ao diretor sobre obras no Paraná. Pagot tratou isso de “invencionice” e “factóide” e defendeu o ministro. “Ele (Paulo Bernardo) nunca me exigiu, nem pediu nada”, declarou. Mas sobrou para outros políticos do Paraná. O diretor do Dnit citou exemplo de uma obra em Maringá, afirmando que quem fazia pedidos sobre a obra era o prefeito, Sílvio Barros (PP), e o ex-deputado Ricardo Barros (PP), e não o ministro. Pagot afirmou que participava de reuniões com Bernardo da mesma forma como ocorreria com outros ministros dentro do âmbito do comitê gestor do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele classificou o ministro paranaense como “extremamente exigente”, assim Gleisi Hoffmann, atual ministra-chefe da Casa Civil.
Virou notícia
E ontem também, reportagem da Folha de São Paulo informou que uma empreiteira de Maringá, Sanches Tripoloni, que concentrou doações eleitorais para partidos aliados do governo e é alvo de investigações por irregularidades, aumentou em 1.273% seus contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) de 2004 a 2010. Saiu de R$ 20 milhões em 2004 para R$ 267 milhões no ano passado (valores atualizados).
Virou notícia 2
De acordo com o jornal, em maio de 2009, a empresa foi declarada inidônea pelo TCU (Tribunal de Contas da União), ou seja, proibida de fazer negócios com a administração pública. Auditoria concluiu que a licitação em que a empreiteira conquistou um contrato com o Dnit para fazer o contorno rodoviário em Foz do Iguaçu (PR) “deu-se de forma extremamente viciada”. Entre as irregularidades, foi apontado um sobrepreço de R$ 9,9 milhões.
A doação
Em dezembro de 2010, após recurso apresentado pela empreiteira, o TCU aceitou argumentos de que as provas colhidas contra a empresa não eram conclusivas, mas apenas “indiciárias”. E ainda no ano passado, quando estava impedida de fechar contratos, a Tripoloni doou R$ 2,5 milhões para campanhas do PR, que controla o Dnit. Deste total, a construtora repassou R$ 510 mil para a campanha da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que vem a ser mulher do ministro Paulo Bernardo.
Vargas X Álvaro
Novamente dois políticos do Paraná se estranham. André Vargas, deputado federal e secretário nacional de Comunicação do PT, rebateu ontem “as calúnias” levantadas pelo líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, que afirmou em plenário, anteontem, que a prática do mensalão continua a existir no governo Dilma.
PT X PSDB
Vargas afirma que este discurso faz parte de uma estratégia da oposição de atacar o governo do PT com leviandade. “O senador Álvaro Dias, que tem pouquíssimo prestígio no PSDB do Paraná, tenta criar factóides para respirar politicamente no Brasil. O fato concreto é que todo tipo de malfeito e corrupção vem sendo punido no nosso governo. A Polícia Federal investiga, pune, processa, seja do PT ou de qualquer partido, coisa que não ocorre no governo do PSDB”, disparou o deputado.
Por exemplo
O petista cita exemplos do governo tucano paulista, em que há suspeita de corrupção em cima do Rodoanel e dos metrôs, e avaliou que o PSDB não tem a mesma postura do PT. “Eles não estão punindo e nem investigando os casos”. Ele insistiu que a presidenta Dilma tem tomado várias medidas e feito afastamentos quando necessário.
Rebatida
E retoma o discurso petista: “O que nós temos que analisar é que a corrupção não se acaba do dia para noite. O que diferencia os governos é a postura de combate à corrupção, e como a nossa oposição não tem nenhuma proposta diferente para o País – que vem crescendo, distribuindo renda e aprofundando uma revolução social na prática (...) – e como esta política vem dando certo, eles não tem outra alternativa a não ser selecionar problemas e atacar, tentando generalizar”.
Pois é
Para Vargas, essa tática não é inteligente da parte do senador Álvaro Dias, visto que estas difamações não deram certo contra o presidente Lula, nem na eleição da presidenta Dilma.
Empresários...
O governo tucano de Beto Richa vai ter problemas com a questão do pedágio. Ontem a Associação Comercial do Paraná (ACP) divulgou nota afirmando ser contrária à prorrogação dos contratos de concessão do pedágio, que vem sendo negociada pelo governo do Estado em troca da redução das tarifas.
Versus governo
As concessionárias estariam reivindicando a prorrogação por mais 15 anos, o que estenderia a concessão até 2037. “Com ou sem redução de tarifa, que já penalizou demais a sociedade paranaense, somos totalmente contrários prorrogar os prazos dos contratos”, diz o presidente em exercício da entidade, Sinval Lobato Machado. A posição foi oficializada ontem, em reunião que inclui diversas federações empresariais do Paraná, além da própria ACP.
Tá na hora
De hoje não passa. O ex-deputado federal Gustavo Fruet convocou entrevista para esta quarta-feira. A expectativa é que ele anuncie sua saída do PSDB, já que não obteve do partido a garantia de que teria a vaga de candidato a prefeitura de Curitiba para 2012. Mas também pode ser o contrário: o governador viaja amanhã, talvez seja o anúncio de que Fruet ficará no partido e Richa se manterá neutro.
Viabilidade
Na bolsa de apostas a primeira opção é tida como mais certa, bem como o destino de Fruet que seria o PDT do ex-senador Osmar Dias. Como pedetista Fruet pode articular uma frente de partidos que lhe garanta apoio político, e principalmente, tempo na propaganda eleitoral de rádio e televisão para disputar a eleição de prefeito de Curitiba.
Não limpou
Ontem foi a última reunião do semestre da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, agora só após o recesso de meio de ano, no dia 2 de agosto, às 13h30. Das 32 proposições que compunham a pauta, apenas sete foram aprovadas. Dezesseis tiveram a votação adiada por motivos diversos, inclusive em função do término da sessão, sete foram rejeitadas e três foram retiradas de pauta.
Tem dó
O que causou debates na CCJ foi o projeto criando o “Ficha Limpa” nas escolas públicas e privadas do Estado, de Marcelo Rangel (PPS). O texto veda a participação de alunos advertidos ou punidos por indisciplina na disputa pelos grêmios estudantis.
É isso aí
O deputado Tadeu Veneri (PT) apontou “caráter policialesco” da medida, argumentando que ela dá margem a atitudes autoritárias e prevê uma intromissão nas atividades escolares que não ocorreu sequer no período da ditadura militar.
Fala sério
Já o deputado Silvestri Filho defendeu a proposta do colega de partido, contrapondo que está na hora de criar “uma cultura de premiar o bom exemplo” nos ambientes estudantis. Diante disso, Veneri pediu vistas do projeto, que volta a ser analisado em agosto. (Roseli Valério)
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