15 de jul. de 2011

Disputa em Curitiba aprofunda ainda mais a crise no PMDB

Senador Requião quer o comando e não atende apelos da maioria das lideranças para atrair Gustavo Fruet ao partido


Dividido no Paraná entre as duas principais lideranças, o senador Roberto Requião e o ex-governador Orlando Pessuti, a convenção do diretório municipal de Curitiba no domingo, 17, está aprofundando ainda mais a crise em que está mergulhado o PMDB. A disputa pelo comando do diretório da capital está mais tensa desde o anuncio feito anteontem, pelo ex-deputado federal Gustavo Fruet, de que estava se desligando do PSDB.

Uma ala do PMDB, formada por deputados estaduais e federais e o próprio Pessuti, quer atrair Fruet para o partido. O grupo do senador Requião opõe resistência porque o retorno do ex-deputado teria como premissa a garantia de candidatura a prefeito. O senador chegou a lançar o nome do ex-deputado Rafael Greca como pré-candidato do partido a prefeito de Curitiba. Greca já elaborou um plano de governo.

Para o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Caito Quintana, é desejo da maioria do partido que Gustavo Fruet retorne. Afirma que embora tenha chapa única disputando o diretório de Curitiba, a Executiva municipal do PMDB, que será eleita também no próximo domingo, não está ainda “fechada”. Caíto diz que a chapa pode sofrer “ajustes”.

Requião lançou-se como candidato à presidência do PMDB curitibano, apoiando Greca como vice-presidente. Mas Caíto diz que a conversa ainda não é definitiva e que essa composição será negociada até a convenção do dia 17.

Em relação a posição do senador, que condicionou a volta de Fruet à disputa com Greca pela indicação da legenda a candidato a prefeito, Caíto aponta coerência de Requião em manter o apoio a um candidato que ele mesmo lançou. “Mas isso não significa que o partido esteja fechado a outras alternativas”, observou o deputado.

Um consenso, porém, não parece fácil. Se de fato a convenção de domingo eleger a Executiva proposta por Requião, tendo ele a frente do diretório e Greca vir a ser mesmo indicado candidato do PMDB a prefeito em 2012, o grupo de Pessuti e dos deputados pode apoiar Gustavo Fruet caso ele se filie ao PDT do ex-senador Osmar Dias, seu destino mais provável.


Observador

Se até o início da convenção não houver algum tipo de acordo, o deputado estadual Stephanes Junior disse que poderá depois – ele faz parte da chapa única para o diretório – lançar-se candidato a presidente, batendo chapa com o senador Requião na escolha da Executiva. “Ele é autoritário”, justifica Stephanes Junior, também do grupo que defende a volta de Fruet. Além do ex-governador, peemedebistas como os ex-deputados Algaci Túlio e Renato Adur, devem estar entre os que irão preferir Fruet a Greca como candidato a prefeito.

Quanto a um eventual retorno ao PMDB, Gustavo Fruet evita falar a respeito. Diz que é uma decisão interna do partido e que vai aguardar. Convidado por peemedebistas, ele não deve comparecer a convenção do partido. Os ataques que Requião têm disparado contra Fruet, via Twitter, que o ex-tucano prefere ignorar, afastam no momento uma tentativa de reaproximação entre ambos. Pela legislação Fruet tem até o final de setembro para se filiar a uma nova sigla com vistas às eleições de 2012.



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