SUPER PENDURICALHOS
Por conta dos altos salários, continua repercutindo em Curitiba
a revelação do Portal da Transparência da Câmara Municipal (CMC) com a
divulgação na internet dos vencimentos dos servidores da Casa, que entrou no ar
anteontem. Os super-salários de cerca de 100 funcionários efetivos da Câmara de
Vereadores chegaram aos valores atuais devido a “benefícios legais” que foram
sendo concedidos ao longo dos anos. Eles abrangem bônus, gratificações, vantagens
em geral que foram sendo dados a funcionários, e que foram aumentando suas
remunerações com o passar do tempo. Só com estas “vantagens legais”, a CMC
gastou no mês passado, conforme publicado no Portal, R$ 1,4 milhão. Se
considerados os 13 salários do ano, o montante vai a R$ 18 milhões despendidos
com a casta de servidores privilegiados, por conta desses penduricalhos. Os
benefícios são pagos aos mesmos efetivos que recebem os super-salários, em
especial aqueles que recebem acima de R$ 10 mil. O presidente da Câmara da
capital, vereador Paulo Salamuni (PV), diz que chegaram a contar 55 medidas que
instituíram vantagens acrescidas ao salário-base. “Nós, nessa gestão, herdamos
esse problema e estamos tornando público. E há pouco que se possa fazer, a não
ser verificar a legalidade de cada salário”, reafirma o presidente da Casa. E
disse ainda ter sofrido pressão política para não divulgar todas as informações
sobre os vencimentos dos servidores.
O SALTO
Um exemplo da distorção se dá com dois procuradores jurídicos da
Câmara. O salário-base é de R$ 19 mil e pouco, somando-se, porém, os
“benefícios legais” de R$ 24 mil ao mês, o total bruto, para cada um, vai a R$
43 mil mensais. Mais do que o dobro do teto salarial do servidor da prefeitura
e seus órgãos e da Câmara de Vereadores. Se gasta por mês com tais “benefícios
legais”, perto do dobro do que a CMC deixou de gastar, por recomendação do
Ministério Público, com a extinção de 426 cargos em comissão.
DAS ANTIGAS
Na lista que está na internet, estão as
remunerações de 563 funcionários, agora incluídos os cargos comissionados.
Destes, apenas um, o diretor-geral da Câmara, está entre os “100 mais”. Seu
vencimento mensal é de R$ 15 mil. Ganham
mais (bruto) que os vereadores, 97 pessoas, cujos salários são superiores a R$
13,5 mil. A expressiva maioria, 80 servidores, com mais de 25 anos de CMC, são
efetivos desde antes da Constituição Federal de 1988, não necessariamente,
portanto, passaram por concurso público. Os outros 20 super assalariados, pós-1988,
tiveram que prestar concurso
Nenhum comentário:
Postar um comentário