Ele comentou os projetos polêmicos enviados à Assembleia Legislativa, como as OS e o aumento no Detran
Na avaliação do próprio governador Beto Richa (PSDB), sua administração não ficará em "recuperação", atingindo média para "passar de ano". Desafiado em entrevista, ele deu nota 7 a seu governo por considerar positivo o balanço de seu primeiro ano no comando do Executivo. Deixou claro que vai manter a política de terceirizar quando julgar "que é o melhor para o Estado". A boa notícia é que não previu novos reajustes como o que ocorreu com o Detran. “Não tenho previsão de novos aumentos de taxas e impostos”.
Ao ser cobrado do aumento de até 271% nas taxas do Detran, Richa justificou que foi onde encontraram as taxas mais defasadas, quando descartou novos reajustes imediatos, apesar de ponderar que depende também dos índices da inflação em 2012. Citou que o governo peemedebista já havia tentado reajuste no Detran e não convenceu os deputados por não apresentar uma destinação para estas verbas. "E nós deixamos muito claro para onde irá este dinheiro”, alegou.
Ao explicar porque não houve uma audiência pública para elaborar a proposta de contratação de OS – Organizações Sociais, no âmbito do Executivo ou ao menos no Legislativo, quando enviou o projeto, Richa disse apenas que julgou ser desnecessário. “ Isso não é privatização. Não achei necessário fazer audiência pública, a oposição usou isso com o único intuito de me desgastar politicamente”, reclamou. Insistiu que o objetivo é ter uma gestão mais qualificada em alguns setores da administração, "como o Hospital de Reabilitação, a Orquestra Sinfônica e o Museu Oscar Niemeyer.”
O governador sustentou que as OS serão fiscalizadas na realização dos serviços públicos. “Elas terão que atingir metas e objetivos, se não atenderem, revogamos o contrato. Queremos dinamizar e desburocratizar a administração. O próprio governo federal está fazendo o mesmo no Hospital Federal de Ipanema”, exemplificou. Quanto à invasão do plenário da Assembleia Legislativa no último dia 7 para tentar evitar que o projeto das OS fosse votado, Richa voltou a criticar os deputados do PT, únicos a fazer oposição (e mais Anibelli Neto, do PMDB). Com o líder da oposição, o deputado petista Ênio Verri, o governador foi diplomático, mas sobre os outros da bancada disse que “alguns são adeptos do radicalismo selvagem”.
Avião e eleição
Outra tema abordado foi a polêmica compra do avião para o governador, criticada no primeiro semestre. “Não vou comprar mais nenhum avião para o governo, vou ficar no avião locado” – afirmou. Mas ele apoiou, porém, a decisão da diretoria da Copel de adquirir uma aeronave. “Antes, a Copel não podia ter avião e nem ter frota de veículos, estava engessada pelo governo anterior”, alfinetou. “A Copel vai precisar de um avião, porque vai voltar a investir em todo o País, principalmente em novas usinas hidrelétrica e na exploração de energia eólica", argumentou ele na entrevista a rádio BandNews. Sobre o que herdou do governo do PMDB, disse que superou as próprias expectativas, para justificar a nota 7 que se deu. "As coisas eram até piores do que eu pensava. Assumi com as contas de água, luz e telefone atrasadas há um ano”, disse Richa.
Mudanças no secretariado também disse que não pretende fazer nenhuma no início do ano, a não ser no prazo de desincompatibilização caso eventualmente alguns queiram se candidatar a prefeito. Sobre as eleições municipais do próximo ano, o governador se recusou a citar nomes do PSDB para ser vice na chapa de reeleição do atual prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB). “Temos vários nomes, eu é que não quero citar para evitar o equívoco de esquecer alguém”, desconversou. E arrematou: “Ainda é muito cedo para definir indicação para ser candidato a vice-prefeito, nas eleições do ano que vem. Muitos políticos e boa parte da imprensa vivem muito ansiosos, eu não sofro deste mal.” (Roseli Valério)
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