Contrariando naturalmente aqueles que desejavam, até o fim, ver sucumbir o presidente da Câmara Municipal de Curitiba como um moribundo que conseguiram matar em sua vida política, João Cláudio Derosso (PSDB) pediu licença de 90 dias.
A sanha com que uns e outros se atiraram contra a pessoa de João Cláudio Derosso e Cláudia Queiroz, sua companheira, foi de um barbarismo extremo, que certamente esconde outros interesses e não apenas aqueles levados à público e que seriam identidade dos que se imaginam “Paladinos da Justiça”.
Donos da verdade, desde o princípio, à medida que eram apresentados argumentos de defesa mantinham um tiroteio que foi minando as forças de quem tentou resistir à avalanche de situações que eram criadas sem que o argumento contrário tivesse a mesma contundência que as acusações.
Afastando-se da Presidência da Câmara Municipal, o que em nossa opinião já deveria ter feito há mais tempo evitando o desgaste que se seguiu até esta semana, João Cláudio Derosso, quem sabe, conseguirá aplacar, em parte, o clima raivoso que se instalou de parte de alguns que conquistaram o objetivo de evitar sua imagem política tomando conta da sucessão municipal em 2012 como aspirante a vice-prefeito, ao mesmo tempo em que pretenderam acabar com uma liderança política que se consolidou no Xaxim desde os tempos de João Derosso, seu pai, que encontrou no filho uma figura que fez, das muitas amizades, a principal virtude.
Em nenhum momento, embora bem o sabemos, pudesse macular a imagem de outros companheiros e vereadores, João Cláudio Derosso se preocupou em buscar outros culpados que pudessem acompanhá-lo nesta desventura.
E justamente em tal comportamento está a grande virtude do cidadão que, sozinho, ou melhor, tendo a companhia de Cláudia Queiroz, foi até onde seria possível aguentar tamanho ódio instalado na intenção de atingi-lo pessoal e politicamente.
Ciente de que pode colaborar com a própria Justiça, demonstrando isenção em relação às investigações que estão em andamento, João Cláudio Derosso terá mais tempo agora para avaliar devidamente a situação a que foi exposto, de onde partiram as verdadeiras intenções de atingir a ele e a família, e tentar entender qual a razão de tanta contrariedade com relação a seu nome.
Independente de uma defesa em particular quanto à pessoa de João Cláudio Derosso, que tem condições próprias de fazer o contraditório, que até agora jamais lhe foi permitido com a mesma extensão das acusações, ele continuará a merecer o respeito daqueles que sempre acompanharam a sua trajetória política, interrompida em parte pela ira de alguns inimigos que buscaram atingi-lo.
Condená-lo antecipadamente não é próprio de quem deveria dar-lhe o direito de, com o mesmo espaço, ter um momento de defesa, ainda mais que o telhado de vidro de muitos que o acusam pode, a qualquer momento, ser atingido pelas pedras do passado que condenam atos, quem sabe, até mais impuros do que aqueles que estão sendo agora denunciados.
Há quem diga que Derosso não perdeu a guerra, mas ficou mais fraco.
Entendemos que o homem público jamais pode imaginar seu desempenho como se fosse particular de uma guerra, daí porque, ao renunciar o direito de continuar insistindo na manutenção de um cargo, é que realmente ficou mais forte, pois demonstrou o desapego por uma situação que lhe foi conferida pelos próprios companheiros, muitos dos quais o abandonaram como acontece com os ratos que abandonam o navio ao primeiro sinal de naufrágio.
Embora não seja referência, as palavras que certo governante disse um dia, são agora, mais do que nunca, motivo para uma reflexão em torno do que aconteceu, vem acontecendo e ainda acontecerá ao longo dos episódios que envolvem a Câmara Municipal de Curitiba, ao lembrar que “o tempo é o senhor da razão”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário