Um comentário em recente edição da Gazeta do Povo, assinado por Paulo Sérgio Markowicz de Lima, promotor de Justiça do Centro de Apoio das Promotorias Criminais, do Júri e de Execuções Penais do Ministério Público do Paraná, chamou a atenção geral por parte do público, e ficamos na dúvida.
Será que toda aquela luta de Cristiane Yared, uma mãe desesperada, como tantas outras na mesma situação, ao lado de pais também desesperados, caso de Gilmar Yared, buscando Justiça para uma situação que chocou a população paranaense há cerca de dois anos, foi em vão?
Todos lembramos os desesperados apelos da mãe que, na defesa da sua família e da sociedade, que volta e meia passa por idênticas e lamentáveis situações, registrou amplamente que dirigir a 190 km por hora é crime, ainda mais com visível estado de embriagues, como o acontecido no caso Luiz Fernando Ribas Carli Filho, razão pela qual passamos a sentir que, infelizmente, a Justiça vai ficar, conforme se diz popularmente, meia-boca.
Esta preocupação aumentou com a leitura deste comentário para o qual pedimos mais uma vez a sua atenção:
Que tal?
Todo leitor sente, certamente, um gosto amargo na boca que vem do coração batendo mais forte e fruto da preocupação de que a dor desta e de outras famílias vá de uma vez por água abaixo caso se confirme esta situação que o promotor analisou com detalhes.
Há pouco já fomos surpreendidos por uma decisão que transformou o ex-jogador de futebol, e hoje comentarista esportivo da Band, Edmundo, o chamado “Animal”, em cidadão igual a qualquer outro deste país, apesar de ser uma pessoa que em 1995 matou três pessoas ao transformar o carro que dirigia em arma.
Tudo porque seu crime PRESCREVEU!
Essa palavra que continua certamente martelando a cabeça de familiares das vítimas ecoa pelo Brasil inteiro e por aqui se torna ainda mais forte quando lembramos aquele acidente de trânsito de 7 de maio de 2009, oportunidade em que em plena madrugada, depois de sair de um restaurante em visível estado de embriaguês, o ex-deputado Ribas Carli Filho, que tinha há muito tempo mais de 21 pontos na carteira por comportamento irregular como motorista, transitou como um louco em seu bólido importado pela região da Ecoville, em Curitiba, e matou dois jovens, um dos quais com a cabeça decepada, e que segundo a defesa invadiram a via preferencial onde o político embriagado dirigia a apenas 190 km, conforme o velocímetro.
E agora?
Dois anos já se passaram e vamos para três, certamente, com um júri já definido como certo, mas que ainda permite a defesa lutar por embargos e recursos que podem atrasar ainda mais o julgamento, surgindo de repente esta revelação de que mais uma decisão do Supremo Tribunal Federal conspira contra aqueles que aguardam Justiça.
Terá sido em vão esta luta e Cristiane e Gilmar Yared para ver punida a irresponsabilidade de um acidente que matou seu filho e um jovem que o acompanhava no veículo destruído pelo bólido de Ribas Carli Filho, que se transformou naquela madrugada em verdadeira arma para a prática de um crime?
Somente a Justiça, se houver, ainda, um júri sobre este registro poderá responder estas dúvidas.
Do contrário, como bem disse o promotor em seu comentário, o homicida do volante continuará à espreita de todos.
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