Roberto Requião, em discurso proferido no Senado, na última quarta-feira, lançou uma série de ataques contra o governo Beto Richa, o qual acusa de descontruir seus oito anos como governador do Paraná.
Mais que o rancor contra a atual administração, o ex-governador mostrou que seu estilo incisivo, "cachorro louco", eficiente no passado, hoje não incomoda ninguém, e agrada apenas uma meia duzia de antigos admiradores.
Para mostrar a importância do discurso, Beto Richa e sua equipe não se deram ao trabalho da tréplica, pois, mais do que qualquer discurso de Requião sobre seu governo e suas principais realizações, basta recorrer à memória ou sair pelo estado para perceber que tudo não passou de destempero, bravata, um amontoado de palavras vindas de alguém angustiado, avido em recuperar o terreno e o espaço perdido pelo novo governador.
Como não poderia ser diferente, para reafirmar sua retidão, competência o coragem, Requião bateu nas teclas do pedágio, das privatizações, da Carta de Puebla, da opção pelos pobres, da defesa dos interesses do Paraná, explicando, ou tentando explicar, o porquê de sua luta contra as concessionárias não ter nem abaixado ou acabado com o pedágio.
A impressão que se tem é de um Requião quixotesco, lutando contra tudo e contra todos, vítima maior de um complô contra sua maneira revolucionária de comandar um estado, algo que nós paranaenses sabemos muito bem como é...
Há quem diga que Requião necessita, com urgência, mudar o disco.
Sua conversa nem mais a bancada peemedebista na Assembleia suporta, razão pela qual abandonou o discurso do passado, preferindo, com exceção de um parlamentar, ingressar na base governista na Casa, apoiando justamente Beto Richa, talvez por perceberem que o ex-governador não tem mais nada a oferecer a não ser palavras, discursos e posts engraçadinhos no Twitter.
Nada indica que Requião cessará os ataques à administração estadual, municipal, internacional, enfim, a quem que que seja, tendo em vista que somente assim seu nome é lembrado pela imprensa, seja para o bem ou para o mal, lembrando um velho dito popular.
Com tanto a ser feito na capital federal, não haveria nada mais importante para o senador Roberto Requião discursar a seus pares, a não ser atacar o atual governador e relembrar de seu passado na mesma função?
Roberto Requião é um homem que vive do passado.
Mas ele que se cuide, pois se forem a fundo em alguns lances desse passado por ele seguidamente exaltado, como bem lembrou recentemente Marcos Formiguieri, teria sido melhor Requião ficar calado.
Aliás, essa é uma ótima sugestão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário