Herdando algumas situações
que precisou, desde o princípio, administrar para poder governar, Beto Richa
viu instalado em seu governo, nestes três primeiros anos, pelo menos quatro
“Repúblicas” quejogaram, cada uma, conforme os seus próprios interesses.
Começou pela presença de
Cassio Taniguchi, que planejou conforme sua conveniência a “República
Lernista”, instalada no governo Beto Richa e ocupando postos chaves que foram
se espalhando e minando cada vez mais um governo que foi esquecendo verdadeiros
aliados, desprezados pela necessidade de ocupar cargos de confiança via
situação de comissionados com gente que tinha a marca Lerner carimbada em seu
comportamento.
Com a intenção de fazer um
governo de coalização, Beto Richa acabou trazendo para seu governo toda uma
bancada do PMDB, o partido que há bem pouco tempo havia sido o instrumento de
manutenção requianista por dois anos a frente do Palácio Iguaçu, colocando no
ninho tucanos de nova plumagem e bico comprido que tomaram conta de mais um
largo espaço que deveria ter sido ocupado por verdadeiros aliados.
Internamente, contudo, duas
verdadeiras “Repúblicas” iam se formando e tomando conta de espaços que a
administração estadual permitia, inchando a máquina e motivando a oposição para
um discurso que superou as expectativas de um limite prudencial no orçamento do
Estado.
E surgiram a “República de
Cambé”, com os companheiros Durval Amaral e Luiz Carlos Hauly, que plantaram
raízes e, principalmente o primeiro, loteou os espaços considerados de maior
importância conforme os interesses da Casa Civil e da Secretaria da Fazenda, e
a “República de Pato Branco”.
Esta ultima, por sinal, mostrando-se
mais amplamente a esta altura, quando estendeu suas raízes até a fronteira
paranaense onde fez o governo Beto Richa misturar-se a figuras carimbadas cujo
currículo é comprometedor e gera especulações que, infelizmente, atingem o
governo sem que o mesmo se faça sentir pelos prejuízos que vai acumulando.
O nascimento da “República
Requianista”, dentro do governo Beto Richa, foi se consolidando a medida que a
bancada do PMDB ia necessitando de apoio para determinadas situações e
sujeitando-se a dar muito mais que os anéis e quase os dedos para satisfazer o
apetite político de uns e outros.
Tudo ia mais ou menos bem
até que...
Bem, até que veio mais um
grupo instalar-se no governo, já identificado a esta altura como “República dos
Cuecas de Seda”, integrada por aqueles que há pouco tempo não podiam nem ouvir
falar em Beto Richa senão pelo deboche, e que acabaram atraídos pelo Poder,
encastelando-se de mala e cuia em postos importantes do governo.
Enquanto isso...
O tempo foi passando e a
oposição engrossando o discurso, embora misturando intenções eleitorais do PT
que acabaram dando os prejuízos que o governo Beto Richa nunca imaginou, mas
que o colocam neste final de ano vivendo uma situação de extremas dificuldades
que passam até por situações de calote a oficinais de manutenção de viaturas
policiais, contas telefônicas atrasadas e comprometimento, inclusive, da comida
de presos.
No limite de um orçamento
tanto quanto a fronteira política que aguentou até o presente, Beto Richa terá
a partir de 2014 a chance de realmente ir construindo o seu verdadeiro governo,
pelo menos aquele que sonhou com tucanos e aliados que foram sendo traídos ao
longo do tempo pela necessidade de governar sem maiores atropelos.
Sem os “penduricalhos” que
vão deixar o governo por conta de seus próprios interesses de uma candidatura
construída nestes últimos três anos as custas do que se aproveitaram para
plantar suas imagens, Beto Richa tem a seu favor a imagem comprometida de muita
gente com seu governo, e que não poderá ser desmentida durante a campanha.
Embora existam, é claro,
alguns “cara de pau” que podem, a qualquer momento na campanha que se avizinha,
de repente se mostrarem preocupados apenas com seus próprios interesses e já
desandar contra o governo no qual estiveram encastelados nestes últimos três
anos.
Um quadro que exige apenas
mais um pouco de paciência para que Beto Richa possa, finalmente, se sentir
mais confortável das cobranças que o cercaram, quase que diariamente, por conta
das várias “Repúblicas” que se instalaram em sua administração e desfiguraram o
governante que não foi o eleito pela maioria dos paranaenses em 2010.
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