Ivan: "Tiro saiu pela culatra" |
Como se não bastasse a reprimenda ao mestre, o prefeito Ivan Rodrigues mandou cópia do seu destampatório ao “M. Reitor Clemente Ivo Juliatto, Dr. Dirceu Précoma – presidente da OAB-PR (sic) e Sr. Auro Luis Ferreira de Paula – presidente da ACIAP-SJP”, sendo insondável o motivo do envio da lastimável peça a este último personagem, que, aliás, se trata de apreciado “amigo íntimo” do burgomestre. A suspeita é que a mariposa que zuniu nos “oiças” do Ivan foi teleguiada pelo Auro.
Entretanto, comenta-se nas escolas, ao provocar o reitor da PUC e a OAB o prefeito esperava, no mínimo, uma reprimenda ao “petulante” professor que ousara “atacar sua pessoa e sua administração”, mas tal iniciativa só serviu para reforço da opinião generalizada de que Ivan Rodrigues vem conduzindo a Prefeitura de modo errático, sem ouvir a comunidade, realizando milionárias compras e fazendo altos contratos de mão de obra sem licitação, e assim agindo ao arrepio da lei, administrando as finanças municipais a seu bel prazer, como se estivesse movimentando dinheiro de sua empresa particular.
As ponderações do professor
Refutando a sandice (em longo e elegante manifesto, também com cópia às referidas autoridades, e ao Centro Acadêmico Dalmo Dallari), o advogado Fabiano da Rosa “puxa as orelhas” de Ivan, rebatendo as lucubrações do prefeito, e observando com acuidade: “Se diante de tantas e tão complexas demandas existentes na cidade, mereci comunicação oficial de Vossa Excelência sobre minhas supostas manifestações em sala de aula, é porque os assuntos realmente são merecedores de atenção”.
Exercitando o gosto pelo argumento, o advogado Fabiano da Rosa levanta uma hipótese que talvez explique o envio das cópias do ofício do prefeito à PUC: “Por mera conjectura, se, num ato de adesão imediata ao vosso desagrado público, este professor tivesse sido demitido, isto seria justo?”
Sobre o queixume do prefeito, de ter sido responsabilizado por “não disponibilizar assistência jurídica à população carente no município”, e criticado pela derrubada do “casarão histórico”, o professor afirma: no primeiro caso, jamais fez tal acusação; no segundo, “o assunto foi comentado coletivamente em sala de aula”, e os estudantes em uníssono condenaram a destruição do imóvel.
Encerrando, o advogado diz ao prefeito: “Que Deus ilumine seus caminhos para que os assuntos mais caros à comunidade sejam tratados com a atenção e a responsabilidade que merecem, e pequenos ruídos de comunicação não atrapalhem a boa mudança, que respeita as pessoas e a história da cidade”.
Com esse “tapa de luva” bem aplicado pelo professor Fabiano da Rosa, o prefeito Ivan Rodrigues finalmente silenciou, como se lhe faltassem palavras para prosseguir defendendo a desastrada ação, na qual só ele próprio e seus fiéis pupilos curitibanos Rochinha (ex-procurador-geral, agora secretário de Comunicação Social) e Miguel Galoski (chefe de Gabinete) enxergam acerto, enquanto o povo sãojoseense, em peso, deplora a irremediável patacoada que feriu fundo a memória da comunidade.
Observação: O imbróglio começou a se desenrolar no início de junho e atravessou o mês de julho (passados), mas ficou “abafado” até agora. Cópias do folclórico ofício do prefeito Ivan Rodrigues e da contundente resposta do advogado Fabiano da Rosa foram passadas ao Impacto PR por um servidor municipal que, por razões óbvias, pediu anonimato.
Trecho do ofício do prefeito Ivan Rodrigues e da réplica do professor Fabiano da Rosa |
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