24 de ago. de 2011
Oposição quer fazer de Paulo Bernardo o ministro da vez
Os tucanos pediram à Presidência sua demissão por causa de suposto favorecimento a uma empreiteira do Paraná no governo Lula
Depois da queda de quatro ministros do governo petista de Dilma Rousseff, a investida nos últimos dias tem sido contra o paranaense Paulo Bernardo, atualmente na pasta das Comunicações. Ontem o líder do PSDB na Câmara Federal, Duarte Nogueira, protocolou representação no Conselho de Ética da Presidência da República para que o colegiado investigue a conduta de Bernardo e suas viagens no avião de uma construtora com sede em Maringá. No documento, a oposição pede advertência e demissão do ministro.
Marcada com antecedência uma audiência publica com Paulo Bernardo para ontem numa comissão da Câmara dos Deputados para discutir a implantação da rádio digital no País, ele teve de enfrentar vários questionamentos de parlamentares da oposição sobre a denúncia de ter usado uma aeronave da empresa que tem contratos com o governo federal e obras no Paraná.
De acordo com a oposição, a empreiteira, Construtora Sanches Tripoloni, teria aumentado em 600% o faturamento nos governos Lula e Dilma Rousseff. Bernardo era ministro do Planejamento no governo Lula e teria defendido a inclusão de uma obra da empreiteira no PAC, o que em tese garante liberação de recursos mais facilmente a obra. Para evitar constrangimentos na audiência das rádios, a bancada petista blindou o ministro paranaense. Mas após falar sobre radiodifusão, deputados tucanos, do PPS e do DEM fizeram sucessivas perguntas a Bernardo sobre sua relação com a Sanches Tripoloni.
Doações
Paulo Bernardo respondeu a várias questões, mas a oposição não ficou satisfeita, entendeu que ele não esclareceu em que condições se deram as caronas no avião da construtora. Ele voltou a afirmar que são falsas as denúncias de uso irregular do avião e que tanto suas viagens quanto às de sua esposa, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foram regulares. “Eu sou obrigado a responder sobre informações dadas em off a jornalistas, mas não há qualquer prova contra a qual eu possa argumentar”, disse.
A empreiteira e seus sócios teriam doado mais de R$ 500 mil para a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, mas Bernardo afirmou que a informação tem sido usada de forma leviana, pois a mesma empresa fez doações para o comitê do PSDB nacional e estadual, e para diversos senadores eleitos. Confirmou que conhece os sócios da empresa, e declarou que pegou carona em muitos aviões durante suas campanhas anteriores, mas que, na condição de ministro, costuma andar em aviões de carreira.
Quanto ao crescimento da Sanches Tripoloni, Bernardo sugeriu que os deputados da oposição fizessem uma comparação com 20 ou 30 empresas do setor de construção, e garantiu que encontrariam crescimento semelhante. “Nós não tínhamos investimento, e as empresas cresceram junto com a decisão do governo de investir”, afirmou. E ocorreu em função do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a liberação de recursos ficava garantida, e após a entrega de uma obra havia um prazo de 15 dias para o pagamento final das empreiteiras, segundo o ministro. A obra de Maringá citada nas denúncias foi autorizada pelo governo federal em função de emenda ao Orçamento da bancada paranaense, não através de sua iniciativa, disse. (Roseli Valério)
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